carlos drummond de andrade -- de cuja obra pouco gosto --, em “rosa do povo”, nos escreve que uma flor nascera
na rua. feia, mas flor. vinícius, mais violento e não menos poético, escreve
"rosa de hiroshima"... que tipo de energia expõem?
é fácil responder quando se tem a mão “albert einstein e seu universo
inflável”. divertido mas exige do leitor leigo um tanto de paciência para
compreender a linguagem dinâmica da ciência matemática e da própria física, a
respeito da luz, movimento, dimensões, buraco negro, tempo.
enfim, um chamado “quebra-cabeças” do universo. esse nome, aliás, me irrita,
porque só seria capaz de montar um “quebra-cabeças” alguém com a cabeça
quebrada, eu não gosto dessa lógica comum que trata quem não é cientista como
uma larva em
coma. fernando pessoa, marx ou mesmo sócrates tentaram
explicar o mundo, mas não ganharam tanto sucesso quanto cientistas como newton, galileu ou einstein que, aos olhos das larvas, fizeram
coisas difíceis, “cabeludas”, como diz o singelo volume da coleção "mortos de
fama”. gosto do livro mesmo assim, creiam.
einstein lutou contra a guerra. de origem judaica, o cientista
esteve em países da europa e nos estados unidos sempre usando de sua fama como
cientista para ser ouvido, no que diz respeito à luta contra o nazi-fascismo,
por exemplo.
e o livro ajuda a desmistificar a figura do cientista que sempre foi mostrado nos meios de comunicação como alguém
fora da razão. qual o interesse de se rotular alguém estudioso como amalucado? estudar é algo que provoca; ilumina. isso, por si, já diz tudo. vem da
era medieval essa mania de se tratar cientista como doente. galileu, que viveu
fora da idade média, continuou sentindo na pele essa perseguição... einstein
foi perseguido por ser judeu, menos pela inteligência, mas a caricatura do
"pensador-maluco" lhe pegou e, como poucos, albert usou disto para
divulgar ainda mais suas descobertas.
eleito homem do século, pela revista norte-americana "time", einstein
é um dos caras que ajudou a humanidade a, pelo menos, tomar ciência de que
pouco se sabe.
viva sócrates.
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em tempo: o amigo mercelo teixeira, físico, já me alertou para o caso simples que é o encontro -- aqui no ocidente -- da humanidade com a ciência, com as matemáticas, que se dá, em média, após dos dez anos de idade, no mínimo. às vezes, nem isso. é mais cotidiano e simples, tratar do tempo, das borboletas, da chuva e do cantar bem antes dessa idade. é natural. agora, equações, astronomia, átomos, gravitação ou mecânica são temas que necessitam mesmo tutorial, daí essa celebração maior a cientistas do que, por exemplo, poetas ou pintores, ao longo do período escolar, por exemplo.
aceitei.