aprendi jogar xadrez ou, simplesmente, mover peças, entre 1994 e 95. três figuras foram chave nesse processor: zé roberto, paulo japa e odair lanzoni. o primeiro, prof de educação física e os dois últimos, matemática. sempre é bom ressaltar que almir lanzoni, então no ensino médio, também dava seu show no tabuleiro!
joguei xadrez também um tempo com o computador, a partir de um cd room. era a década de 1990.
depois, vida tomou rumo que me fez deixar o tabuleiro de lado. nesta quarenta de 2020, lá em abril, voltei a mexer com as peças, aqui, no apartemento. mas ansiedade e o estresse não permitiram coisa alguma. tudo voltou aos armários.
neste novembro 2020, vi "o gambito da rainha". minissérie, netflix. uma dica do prof henrique subi. excelente. ana taylor-joy, atriz, está impecável como elizabeth harmon. direção consistente.
na série, praticamente tudo se passa na década de 1960. elizabeth harmon é menina órfã que, influenciada pelo zelador do internato, aprende a jogar xadrez, então, aos nove anos de idade.
o que importa? agruras vividas pela personagem que se vê sem família por três vezes... primeira: mãe falece; segunda: sai do internato e fica sem a parceira jolene e, terceira, a morte de sua mãe adotiva.
a questão da dependência química -- iniciada aos nove anos, no próprio internato -- é mostrada sem caricaturas, sem véu, expõe um lado da personagem que parece pedir acolhimento.
figuras masculinas, a maioria enxadristas, gravitam em torno da genialidade de harmon. todos com seus vícios, com seus medos, dilemas... todos, sem exceção. desde a diretora do internato, passando por enxadristas menores, além de watts e também a própria mãe adotiva. o universo à volta da menina prodígio é de degradação e falta de perspectiva, muitas das vezes.
interessante, claro, para se discutir temática ligada ao empoderamento feminino, na década de 1960. mais: jogar xadrez. o jogo, em si, obviamente uma alegoria da vida de elizabeth que, dentro de adversidades, não pode deistir, precisa se reinventar, descobrir maneira de dar xeque no rei adversário. e são vários peões, damas, bispos a enfrentar.
já adianto: a história é ficção. nada de fatos reais. a minissérie está baseada no livro de walter tevis, 1983, "o gambito da rainha".
olhem, se essa rainha realmente faz referência a elizabeth harmon, os demais personagens cumprem papeis equivalentes, como torre, peões ou cavalos.
quem assistir, verá.
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- título original: the queen’s gambit
- ano: 2020
- direção: scott frank
- país : eua