quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

lágrimas ocultas - florbela espanca - comentário

 


LÁGRIMAS OCULTAS

                     Florbela Espanca [ 1894 - 1930 ]

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era q'rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

       [ Livro de mágoas 1919 ]

soneto decassílabo de florbela da conceição espanca.

a palavra "querida" sofreu uma supressão de sílaba para que pudesse manter o verso 2 com a mesma métrica dos demais.
com exclamações e reticências, o poema expõe um eu dilacerado, ferido, pois o presente não é como o passado. nele, houve primaveras, ou seja, felicidades, prováveis amores... depois, como se lê no verso oito, abandono e esquecimento.

o título faz referência á tristeza da alma, interna, daí o termo "ocultas". ninguém pode ver porque caem dentro do próprio eu.
poema pessimista e de influência simbolista: subjetividade; valorização da espiritualidade; apego ao que é vago, impreciso.

saiba mais : 



sábado, 9 de janeiro de 2021

mandalorian: série não decepciona, mas trai algumas expctativas

                             

a plataforma disney+ colocou no ar, aqui no brasil, a série "the mandalorian", em 2020. 

o ator que (quase) nunca tira seu capacete é pedro pascal.

vários são os diretores: reed, rodriguez e howard, dentre outros.

trilha sonora de de ludwig göransson.

são duas temporadas, 16 capítulos, em média cada um, 50 minutos, pouco mais, talvez. agrada fãs da saga star wars e também quem nunca ouviu falar em mesttes jedi ou darth vader.

síntese: guerreiro mandaloriano precisa cuidar do bebê yoda (grogu) que é perseguido pelas forças do mal, ligadas ao império. durante os capítulos, o mandaloriano faz das tripas coração e protege seu bebê que, além de ser verde, tem superpoderes. 

numa das cenas, da segunda temporada, inimigos do mandaloriano explodem sua nave. praticamente tudo vira pó. contudo, em meio a fumaça e cinzas, ele encontra peça em forma de bola de metal, menor que a palma de sua mão, com a qual o pequeno grogu brincava. era uma extensão de um dos controles do painel. o mandaloriano guarda a peça consigo. quem assiste e vê -- em mais de um capítulo --, a referência a esta pecinha, crê que algo acontecerá, mais adiante, com ela. nada. daí, senti falta de algo, no enredo, ligado a ela. achei que fosse fazer parte do desfecho. nada. 

outra: ao final, jovem luke skywalker -- feito em computação gráfica -- surge para resgatar seu jovem yoda e poder treiná-lo. é a missão do mandaloriano sendo cumprida. ele, o jedi luke, enfrenta os ferozes robôs do mal. vence. achei que, nessa hora, os poderes do jovem yoda fizessem algo para driblar as tensões, mas nada acontece. ele fica de camarote vendo tudo e, com quase nenhma relutância, segue aquele que irá ensiná-lo a ser um yoda sábio. o mandaloriano e seu protegido se separam como se tivessem acabado de se conhecer. ficou meio sem sal o desfecho, juro.

a questão das relações de trabalho, na atualidade, é ilustrada por essa série. o mandaloriano é um prestador de serviço, sem vida privada que acaba se revoltando contra parte do sistema não por causa das condições ruins e arriscadas de trabalho, mas por causa do elemento de um de seus serviços: o bebê jedi. 

vale a pena trecho do "le monde brasil" sobre "mandalorian": 

Os filmes críticos de ficção científica falam de um futuro extremamente avançado, ou de uma sociedade que se colapsou por conta do consumo exagerado. Contestam esse processo, mas não mostram alternativas humanitárias, muito menos defendem um ponto de vista no qual concebem as tecnologias como desnecessárias. Apenas defendem que é preciso usá-las com responsabilidade. No fim das contas, o futuro tecnológico continua sendo imaginado. E o presente continua trancafiado nessa expectativa que realiza muito pouco em termos humanitários, mas que rende um lucro altíssimo para as corporações. O consumidor, portanto, encontra na tela, assim como nos romances de ficção científica, o que ele já espera (...)

https://diplomatique.org.br/the-mandalorian-de-guerreiro-a-novo-proletariado-de-servicos/


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

mestre vitalino vira questão de prova

                                                                                                                              Violeiros, 1950 cerâmica 18 cm

(...) De início, ele pinta suas composições com pigmentos naturais feitos de barros de diferentes tons. A seguir usa tintas industriais, mas como isso sai caro, passa a dissolver breu em querosene e adicionar-lhes os preparados comerciais. Mais adiante, reserva os esmaltes comerciais para encomendas do público com maior poder aquisitivo e continua a vender trabalhos para seus compadres habituais da feira (...) 

           FROTA, Lélia Coelho - Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro, ed aeroplano

 breusubstância escura, inflamável, obtida na destilação do alcatrão ou pela resina
            de determinadas plantas

1. Lido o texto, sabe-se que a arte de mestre Vitalino não deve ser tratada como

a) regional

b) instintiva

c) figurativa

d) surrealista


2. A obra do artista plástico Vitalino está inserida em um plano conhecido como 

a) art nouveau 

b) arte abstrata 

c) arte popular

d) arte do mamulengo


. . . . .  .  .  .  .  .  .  .   .   .   .    .    .    .

reposta

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.
.
1b

2c

saiba mais - -  -

Vitalino Pereira dos Santos (Ribeira dos Campos, Caruaru PE 1909 - Caruaru 1963) 

Ceramista popular e músico. Filho de lavradores, ainda criança começa a modelar pequenos animais com as sobras do barro usado por sua mãe na produção de utensílios domésticos, para serem vendidos na feira de Caruaru. Ele cria, na década de 1920, a banda Zabumba Vitalino, da qual é o tocador de pífano principal. Muda-se para o povoado Alto do Moura, para ficar mais próximo ao centro de Caruaru.

mestre vitalino - enciclopédia itaú - clica

sábado, 2 de janeiro de 2021

aspirina de joão é melhor que um poema?

                                   


já precisei de remédio pra dor. dor de cabeça, muscular, pra melhorar da cirurgia e até pro fígado suportar o que ingeria. também tomei remédio pra gripe, tosse, diarreia, dor de dente, má digestão. o gosto deles não lembro. mas tinham efeitos. geralmente resolviam a coisa.

joão cabral, poeta de nomeada, sofria de enxaqueca e dedicou poema para um comprimido. chama-se "num monumento à aspirina". é até bonito. mas poesia a gente não come, não dilui em água, não dá pra dizer que ela cura totalmente a solidão. pode ocupar determinado tempo, depois a solidão volta. há controvérsias...
e há quem chame a dor da gente de nervosismo. outras dizem que é ansiedade. culpa é nome que serve, vez ou outra. medo é nome comum. depressão já ouvi também. 

  NUM MONUMENTO À ASPIRINA

         João Cabral de Melo Neto

Claramente: o mais prático dos sóis,
o sol de um comprimido de aspirina:
de emprego fácil, portátil e barato,
compacto de sol na lápide sucinta.
Principalmente porque, sol artificial,
que nada limita a funcionar de dia,
que a noite não expulsa, cada noite,
sol imune às leis de meteorologia,
a toda a hora em que se necessita dele
levanta e vem (sempre num claro dia):
acende, para secar a aniagem da alma,
quará-la, em linhos de um meio-dia...

. . . . . .  .  .  .  .  .   .   .   .   .

acho que todo mundo já passou por essa de sofrer solidão, angústia. uns mais, outros menos. remédios existem. alguns são de engolir outros de sentir. mas existem.
poesia pode ajudar. pensei em chamar joão cabral e pedir opinião, consulta. poeta geralmente é bom na palavra. mas joão está morto. está sem dores, eu sei. mas morto. poesia e aspirina. vale a pena comparar uma coisa e outra?


quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

escrever pra quê!

 

                             [ carta do jogo "trunfo das letras" que inventei ]

escrever melhora sua visão de mundo. 

dar nome às coisas clareia o escuro da dúvida. 

nomear é também significar.

quem fez isso bem, no século 20, foi clarice lispector. ela e o mago rosa, lá de minas gerais.

cem anos de idade, clarice fez, neste 2020. 

escrever por clarice? pode ser.

 escrever por você? sempre! basta começar.

escrever como clarice? olhem, difícil... mas como o mundo ainda não acabou, sempre há o que se esperar nesse universo da escrita.

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 conheça um conto da escritora!







domingo, 27 de dezembro de 2020

enem janeiro 2021 - última chamada! dicas de literatura

 


veja onze (11) vídeos que ajudam a entender a história da literatura de língua portuguesa e seus principais temas!

procure asisitir nesta ordem aqui.  bom estudo !


trovadorismo

renascimento


barroco


arcadismo

romantismo

realismo e afins

simbolismo e pré-modernismo

modernismo - semana 22

modernismo fases 2 e 3

alguns personagens pretos na literatura







sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

2020: ano muito difícil, mas...

                                           

                                               [ dezembro, 2020 ]

ano muito difícil, esse 2020. 

frase é clichê, eu sei. mas poderia ter sido menos pior se não fosse a outra epidemia: a da igonorância. 

vide casos de terraplanismo, descrença em vacinas e outras aberrações conhecidas através de "fake news". a ascensão do racismo institucional, as demais violências, destruição da natureza, tudo isso abala qualquer um com mais de dois neurônios. e houve quem apoiasse tudo isso, vale sempre lembrar. o que fazer para que saiamos desta, vivos ? 

já disse aqui e em outros lugares: valorizar escola. valorizar ciência, arte, empatia. divulgar notícias úteis. apoiar plataformas políticas de cunho social. lamentavelmente são poucas, mas há. não ter vergonha da depressão. fale. mexa-se, na medida do possível... no quintal, na sala, varanda... multiplique os pedidos de distanciamento social, o valor às vacinas, o zelo pelo planeta. 

está cansando isso tudo, eu sei.  e como sei.

estava com três trabalhos formais, no começo de 2020. agora, em dezembro, apenas um. 

deixei, por vontade própria, os outros dois: saúde mental em frangalhos e a necessidade de manter base vital mínima para cuidar dos meus próximos e permitir acolhimentos.


quem esteve e está sempre comigo: a bia. é de onde sai quase toda fonte de vida pra mim. 

preciso olhar mais os sentimentos... os meus, claro. e responsabilidade nas ações, é sim. há os filhos, há famílias, planos, algum caminho pra seguir. 

vontade de contribuir não falta. devo conseguir.

vamos pra 2021. 

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

ao bom governador antônio luís - soneto caudático - gregório

 


AO BOM GOVERNADOR ANTÔNIO LUÍS *

[ soneto caudático ]

O Apolo, de ouro fino coroado:
O Marte, em um Adônis desmentido;
O Fênix, entre aromas renascido;
O cisne, em doces cláusulas banhando:

O abril, de mil galas matizado;
O maio, de mil cores guarnecido;
O Parnaso, de plectros aplaudido;
E o Sol, de ambos os mundos venerado:

O prodígio maior, que tudo o clama,
O assunto melhor da fama digno;
Do tronco mais ilustre a melhor rama:

O herói celestial, quase divino,
O maior que o seu nome, e a sua fama;
É esse que estás vendo, oh peregrino.

Prossegue pois agora o teu destino;
E a qualquer de que fores perguntado,
Dirás que o bom governo é já chegado

  GREGÓRIO DE MATOS E GUERRA

*  antônio luís menezes - governou de 1684 a 87 [prestou assistência ao povo doente]

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- apesar dos elementos da mitologia grega (apolo, marte etc), há uma referência à cristandade, na expressão "oh, peregrino"
- o eu lírico chama atenção do peregrino para que adore a figura do governador

. . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .  .  .   .   . 

soneto caudático - - acrescentou-se mais uma estrofe que retoma o esquema de rimas do início




sábado, 19 de dezembro de 2020

escola que anima e acolhe: sugestões ao planejamento


                 

desenho acima é de jean-marc coutê, 1899. 

ele responde pergunta curiosa: como seria a escola em 2000?  

então, fez este desenho. será que errou? não, claro. 

sempre trabalhei na rede particular de ensino, desde 1986, com carteira assinada. antes disso, entre 1982 e 83, fui assistente de professores de redação no cursinho pré-vestibular, no colégio em que terminei o ensino médio, ribeirão preto, s paulo. o início foi aí. 

um de meus professores foi o escritor luiz puntel. com ele comecei essa história de compartilhar algum conhecimento e acolher quem tinha dificuldade.

daí, penso em uma escola que pudesse ser mais acolhedora. 

entre os anos 1950 e 70, muita discussão sobre psicologia e aprendizado, pelo planeta. no período, com destaque mundial, está paulo freire. contudo, tanto a rede pública, como a privada, desde a ditadura militar, resolveram seguir caminho conservador-tradicional, para o educar: punição, reprovação, medo, autoritarismo disfarçado de disciplina etc etc. são raras as instituições que dão protagonsimo ao estudante. 

penso em escola que pudesse mais acolher que separar.

há muitas que promovem ações bem legais como feira de ciência, de arte, show de talentos, teatro, palestras com especialistas, debates entre estudantes de séries diferentes, sarau, gincana etc.

contudo, 99% dessas ações quando acontecem, estão fora da sala de aula. fora do horário das aulas... às vezes, à noite ou num sábado, trazendo ao evento um caráter de espetáculo com hora para começar e terminar. e a vida segue em seu enfadonho cotidiano com as regras de acentuação, as leis de newton ou os antecedentes da primeira guerra mundial. 

de novo: nada contra esses assuntos que dão conteúdo às aulas, só acredito que eles não devem ser a única razão de existir de uma escola. 

o que poderia acontecer, então, para oxigenar boa parte da rotina escolar, hoje?

0. enquanto professor(a), converse com direção e coordenação sobre postura em sala: necessidade de aula dinâmica, interagindo com estudantes, evitando censurar -- de início -- qualquer conversa paralela e evitando posturas negativas quanto a uso de celular, por exemplo. a ideia é mostrar que você sabe o que irá fazer.

1. sugerir, no planejamento, atividades interdisciplinares: estudos do meio pelo bairro (geografia, ciências, história etc), gincana, sarau, feira de ciência, de livro, de arte, café filosófico, campanhas solidárias, prática esportiva e por aí vai -- tudo acontecendo no horário das aulas pelo simples fato de serem atividades educativas

2. professores engajados nos projetos de todos -- podendo, inclusive, considerar como sua uma atividade avaliativa feita com outos professores, compondo, por exemplo, uma nota de "atividade" -- se bem que nem precisaria valer nota, mas na rede privada geralmente é dando que se recebe

3. após atividades, combinar espaço para que haja discussão do que foi feito, necessariamente com alunos, óbvio

4. exemplo básico: história de sua cidade. estudantes são levados a pesquisar xis nomes de ruas e avenidas principais. o que significam? por que estes nomes? conhecem história da formação da cidade? quando foi? quem participou? 

4a. os alunos, alunas, podem fazer vídeo ou postagem na rede social da escola -- ou qualquer outro meio de comunicação -- revelando o que descobriram, envolvendo comunidade etc

5. outro exemplo básico: música. estudantes são levados a formar um coral ou uma banda e criar uma canção sobre a cidade citando seus pontos históricos ou turísticos. de novo, divulgam nas redes de comunicação disponíveis.

6. mais um exemplo: importância das árvores, na cidade. que tipo é mais comum de se encontrar? quem decide qual plantar? quem habita esses galhos, folhas e frutos?

6a. vale fazer poesia, vale mostrar aos estudantes a importância da árvore, o que é mata atlântica, pantanal, amazônia, cerrado... dá-lhe pesquisa em grupo, criação de publicação em meios digitais, interação com alunos de séries diferentes, palestra de estudantes do ensino médio para alunos do fundamental, tudo sempre dinâmico e tornando estudantes mais independentes

7. interagir, em sala, com o grupo, o tempo todo. conversar, chamar, acostumar com os nomes das pessoas. no meio disso, a aula. alunos se acostumam, então, à importância deles no processo. sobra quase nenhum tempo pra dispersão, sono, usar aparelho telefone etc. aula boa não precisa ser censora de nada.

7a. para muitos professores, o que funciona é o silêncio total,  só a voz do mestre ecoando, como se o processo de educar fosse mesmo o tal jesuítico do brasil colônia. silêncio e subserviência. bobagem. nunca deu certo. até em "memórias de um sgto de milícias" (almeida, séc 19) isso já era satirizado. leia "conto de escola", machado, no mesmo século 19, expondo o horror da sala de aula da época... veja que praticamente só mudou a ferramenta de espancar aluno.

7b. olhar no olho, gastar menos tempo com lousa (professor fica de costas para a sala muito tempo, não é bom). se o estudante se acostuma com a interação todos os dias, ele consegue sim, num determinao momento do ano, suportar uma aula expositiva um pouco mais longa, quando necessário

7c. há professores inseguros que se escondem atrás de algum autoritarismo para suportar os minutos, dentro da sala. pior: coordenações e direção aprovam e potencializam essas posturas duras, proibindo celular, proibindo conversar com colegas, delimitando espaço de circulação e interagindo com alunos apenas no momento de cobrar peça do uniforme faltando. um horror. 

7d. cabe às coordenações incentivar postura dinâmica de seus professores. e, hoje, século 21, parar com essa de prender celular de aluno, obrigá-lo a deixar o aparelho na lousa ou simplesmente tomar o objeto dele, devolvendo na saída. é violência isso. o que deve mudar é a aula. o celular é o relógio do aluno. o celular é a calculadora, o meio de comunicação. e, por fim, o aparelho é dele, não da escola. melhore a aula e terá estudantes mais participativos. de repente, até aprendendo.

7d. a condição para uma aprendizado razoável é a interação constante. nada de sermão sobre comportamento ou ameçar classe com um futuro de desgraças se eles continuarem dispersos. interaja com seu público. cria cumplicidade, facilita a vida de todos. há exceções, claro: estudantes depressivos, com determinada síndrome, traumas etc. entendo. dilemas que precisam ajuda mais técnica do departamento pedagógico, psicológico. isso é a exceção. a regra: melhore sua aula. não sabe? pergunte. fale com assessoria pedagógica, fale com a coordenação, divida angústia com colegas, procure um plano de trabalho. agora, se essa gente (coordenação / direção) é conservadora e autoritária, volte ao item zero desta lista. ou chore.

7. escolher leituras -- ficção ou não -- para que sejam discutidas em aula. preferencialmente por mais de um professor. vale obra de caráter científico, poesia, romance, história... importante é o estudante perceber que mais de uma matéria está engajada na cobrança da leiutra e não só  professor(a) de português

8a. faço sugestão sim: no link abaixo há um e-book com lista de livros, tarefas e para qual série é recomendado --  não perca!

literatura para salvar o mundo  - clica

entendeu agora por que há quem deteste paulo freire?...



sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

clarice faz 100 anos em 2020 - ouça e leia "a quinta história"

                                                  

dezembro de 1920

nasce chaya pinkhasvona lispector, ucrânia

"clarice" veio depois, quando já morava no brasil, desde a primeira infância

faleceu em 1977, no rio de janeiro

aqui, um conto, na íntegra. texto e áudio, vídeo abaixo


curiosidade sobre clarice! veja!


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

soprador de folha põe em dúvida sabedoria humana

 


pela internet a gente encontra esse tipo de brincadeira: objetos inúteis.

alguns até engraçados.

mas não há invenção mais odiosa, tosca e ridícula, neste século 21, que o soprador de folha a combustível. existem os elétricos, igualmente odiosos.

polui o ar. polui o som. não resolve o problema a que se destina. é um clássico da distopia.

quando o trabalho é feito em condomínio de apartamentos, piora. o som sobe e se instensifica entre os prédios, invade apartamentos... não se descansa, não se trabalha. insisto: não resolve o problema! 

FORA SOPRADOR DE FOLHA! VOLTA VASSOURA!

nem o guardador de banana, patético e idiota é mais odioso... vejam:


e as pérolas de inutilidade são intermináveis...




sábado, 5 de dezembro de 2020

abaporu é questão de prova - teste seu conhecimento

 


1. a charge do cartunista adão utilizou de obra de tarsila do amaral para


a) denunciar a pobreza do desenhista

b) ironizar a miséria porque passa a arte vanguardista

c) expor a tragédia social, no país

d) parafrasear lobato, em sua crítica aos modernistas



2. a tela -- a original, 1928 -- de tarsila, dialoga com uma escultura igualmente conhecida, que é "o pensador", auguste rodin. essa relação entre obras é conhecida como

a) plágio

b) cópia

c) metalingaugem

d) intertextualidade



respostas


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1c

2d

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

brasileiro gosta de viver perigosamente

                    

as eleições 2020 continuam expondo que o brasileiro tem apostado no conservadorismo.

grupos de direita, conservadores, saíram vencedores, como em 2018. são maioria, em prefeituras e no legislativo.
brasileiro médio ainda quer ser casa grande, ou seja, poder exercer algum poder, ter a sensação de mandar. tem sido assim há séculos. gritar, submeter, humilhar, violentar, matar... tudo que se aproxime desse tipo de discurso é bem-vindo para essa gente. zero nível intelectual. 

a questão nem é votar no fulano da farmácia, na delegada beltrana ou no saci pererê. a questão é cobrar por cidadania, cobrar por administrações decentes na questão da saúde, o apoio à rede pública de ensino, melhorias no transporte coletivo etc etc.

essas pautas, contudo, não são de partidos que oferecem fulano da farmácia ou a delegada xis, muito menos o eleito que faz arminha com a mão. 

essas pautas -- chamadas "sociais" -- sempre estão com partidos de esquerda ou quase isso. e esses partidos também por incompetência comunicativa não souberam capitalizar o óbvio. atiraram no próprio pé apostando que apenas discutir se "todos" pode ser escrito com "x" ou então apenas criticar fake news, seria suficiente para eleger gente boa (como manuela, boulos ou arraes), em 2020. não deu. 
os ganhos desde o início do século 21, como respeito à diversidade, transparência nas questões ambientais e acesso a informações importantes via mundo digital foram sendo dinamitados por fake news, censura, assassinato de lideranças civis, ameaças a educadores e, por último, prega-se o fim da urna eletrônica. difícil manter serenidade.

os governantes, neste 2020, em geral, que se recusaram a fazer lockdown, que se recusaram a lidar de modo equilibrado com aglomerações, lideranças que muito contribuíram para mortes por covid-19 são reeleitas. é desesperador.
queria estar melhor. mas é muito difícil.

educar é uma solução, qualquer um entende. a questão é o prazo. no curto, depende-se do giro de informações via mundo digital e televisivo. daí o conflito, pois nesse mundo de comunicações de curto prazo a intelctualidade perde. a verdade perde. sobra o individualismo, o ódio.

educação é de longo prazo. precisa começar. quem começou não pode desistir, nem jogar toalha.