segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

aprendendo redação #2 [ norma padrão ]





            [ as respostas do exercício, do post "aprendendo... #1" estão no final ]


- por que usar norma padrão nas redações ? 
- por que não podemos escrever de nosso jeito?

estas são as principais questões que ouço, quando o assunto é produção de texto

vamos às explicações

primeiro: a norma padrão é considerada nacional; pode ser utilizada em praticamente todas as situações formais: produção de texto para concursos; discurso de formatura, mensagem eletrônica a alguém com quem não temos intimidade; textos escolares quaisquer etc

segundo: nós todos podemos escrever do jeito que quisermos, sabendo que o interlocutor irá nos compreender... tudo certo. já fazemos isso, normalmente, com bilhetes para familiares, mensagens em redes sociais, gifs digitais, memes etc etc .... o que é sempre importante lembrar é que a norma padrão é aquela a ser cobrada em qualquer concurso, o que -- é claro -- inclui os vestibulares.

pesquise: o que é variação linguística ? 
[ use, no máximo, dois parágrafos como resposta ]

ler : o mito da caverna 
texto de marilena chauí - - clica

ver charge abaixo (laerte) :




escrever: qual relação é possível estabelecer entre o texto de chauí e a mensagem embutida no desenho? [ dois parágrafos, no máximo ]

- - - resposta no próximo post [ aula #3 ]

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respostas do post #1  - aula passada

veja como foi #1
aula 1 - aprendendo redação  - clica

- a cena mostra uma praia repleta de pessoas brancas, aproveitando o feriado da consciência negra, enquanto negros exercitam o sub-emprego

- a cena sugere uma sarcástica divisão de tarefas : brancos descansam e negros trabalham, justamente servindo aos brancos, ou seja, no dia da "consciência negra" percebe-se que a parte da sociedade mais prejudicada ainda é a dapopulação negra

- o público-alvo a ser atingido, basicamente, é aquele composto por pessoas brancas, da elite, que pouco se importam com a questão social da diferença entre negros e brancos; obviamente, a charge também se dirige ao público oprimido, quem sabe tentando fazê-los continuar na luta


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

lugar de aprender





em se tratando de escolas, sabemos que a uniformidade é uma herança secular por aqui. algo entre o militar e o canônico: todo mundo em fila, repetição em coro de alguma palavra qualquer da resposta de um teste, os mesmos gestos, valor ao silêncio etc. para rever esse processo, conselhos de classe e reuniões periódicas entre professores e diretores são fundamentais, daí abre-se o momento do replanejar. nessa linha, percebemos também o modus operandi escolar quando o tema é leitura. sempre, sempre, desde o fim do ensino fundamental até o médio, cabe apenas à área de língua portuguesa o trabalho com leitura. por que não estender essa história a outras áreas?

veja-me e saiba mais!


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

apenas eu te aceito ... - soneto - jorge de lima




jorge de lima é poeta do século 20. brasileiro. passeou pelo estilo clássico até o moderno de versos livres e brancos. 
um de seus trabalhos é "livro de sonetos". olhem, não é fácil fazer um, quanto mais dezenas... enfim, escolhi este, porque há um vestibular, aqui na região, que irá cobrá-lo. 
vamos a ele.


Apenas eu te aceito, não te quero
nem te amo, dor do mundo. Há honraria
que nos abate como um punho fero
mas aceitamos com sobrançaria.

A um vate grego certo rei severo
vazou-lhe
os olhos para não fugir.
Ó dor do mundo, eu vivo como Homero,
aceito a provação que me surgir.

Homero a tua história sinto-a; e urdo
o teu destino, o meu e o de teu rei.
Mas só teus olhos nossos passos guiam,

e inda tens vozes para o mundo surdo,
e luz para os outros cegos, luz que herdei
com a aceitação dos olhos que não viam.


- é um soneto : 14 versos metrificados e caráter lírico
- decassílabo
- "vate" : escritor
- "sobrançaria" : qualidade de pessoa que age com superioridade
- homero, diz a história, era poeta cego
- aqui, o eu lírico homenageia homero que, mesmo cego, melhora a visão de mundo daqueles que sofrem ("outros cegos")



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

aprendendo redação #1




para que uma boa redação funcione, é preciso norma padrão. é o que os exames vestibulares exigem -- e com razão. nada parecido com o que faço aqui, usando minúsculas e tropeçando na pontuação, porque isso que você lê agora é um blog e não um documento oficial etc etc.
feita a observação, vamos ao que interessa:

o que você vai precisar

a) rascunho
b) lápis ou caneta
c) tema
d) coletânea de textos e imagens
e) um orientador (eu)

primeiros passos

são três os tipos de texto (gêneros) que encontramos mais comumente:

* descrição  * narração  * dissertação 

para os exames vestibulares, muito comum o último item, "dissertar"

vamos começar com textos curtos.
dissertar engloba vários tipos de texto: aula, resenha, editorial, redação argumentativa, seminário, carta aberta etc.

pois bem, veja esta charge do angeli:




1) escreva um parágrafo (duas ou três frases) descrevendo a cena acima.

2) o que a cena sugere, do ponto de vista social ?

3) qual público-alvo o cartunista procurou atingir? justifique.


[ respostas no próximo post "aprendendo redação #2 ]


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

pedras que rolam






um certo cientista russo, tal de damir, disse que o mundo (no caso, nosso planeta) acaba amanhã, 16 de fevereiro. um asteroide chegando vai fazer a maior quizumba por aqui, morreremos todos.
a nasa já assumiu que tem mesmo uma pedrona se aproximando do nosso planeta, mas vai passar uns 51 milhões de quilômetros daqui. ou seja, continua trabalhando aí pra pagar o cartão. tudo sonho russo.
e o suposto cientista deveria voltar a estudar. 
51 milhões de quilômetros é mais ou menos metade da distância entre os paneleiros de 2016 -- com camisa amarela -- e livros de história.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

newton não gostava de maçãs




SEGREDOS QUE NÃO CONTEI

isaac newton nasceu no século 17, faleceu no 18. para nossa sorte, sobreviveu às pestes e ao grande incêndio de londres. publicou material vasto sobre cálculo e outros assuntos, como gravitação, cores etc.
"newton e sua maçã" é livro divertido de poskitt. é del que escrevo agora.
a história em si, começa com um capítulo de sugestivo nome: “estranha história de alice”. trata-se de uma semente que, desde o mercado até o intestino de um pássaro, percorre o caminho da terra até transformar-se naquela árvore mítica de newton. aquela que lhe deu a maçãzada na ideia. alice, claro, lembra a própria, do “país das maravilhas”, livro de carrol, por sinal, matemático...
pois este aqui narra a vida do inglês newton, desde dezembro de 1642 até sua morte, março de 1727. figuraça esse isaac, com algumas manias e quase nenhum amigo, desdobrou história da astronomia, da matemática e ainda melhorou a teoria das cores, mesmo tentando enfiar palito no olho.
filósofo, cientista, alquimista, newton foi para cambridge morar com um tal wickins. ficaram juntos por praticamente vinte anos, depois wickins se cansou das manias alquimistas e pagãs de isaac e deu o fora. ah, tinha mania por vermelho. pintou o quarto com essa cor, tirando matéria prima sabem de onde?... de um carneiro. e o desenho no livro é bem sugestivo...
isaac fez parte do parlamento inglês, quando guilherme (holandês) assumiu, para alívio do newton que, vez por outra, falava mal da igreja, contrariando gente do quilate do rei jaime e outras lideranças menores mas não menos violenta. 
e a história da maçã? hãn? verdade ou mito?
olhem, para saber mais sobre o livro e o inglês, assista-me !


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

heitor dos prazeres - arte brasileira




heitor é artista plural. carioca, negro, sambista, pintor, tinha um papagaio e fez parceria com noel rosa. para poucos. 
o que significa sua obra? por que é chamada de "arte naif" ?

assista-me !

:)


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

redação fuvest - menoridade em kant



o tema da redação para o vestibular da usp (fuvest), janeiro 2017, tratou da questão da menoridade, em kant (séc 18)

questionava o vestibulando se o homem saiu de sua menoridade... será?

veja como seria fazer uma redação argumentativa.

bons estudos!






quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

resumo de "a volta do marido pródigo" - sagarana



lalino é o apelido de eulálio. uma figura ladina, malandra, esperta. minas gerais.
trata-se de mais um conto do fabuloso guimarães rosa.
o livro chama-se "sagarana", uma obra fundamental de nossa literatura.

para saber mais, assista-me!

veja também outras histórias do mesmo livro.









terça-feira, 31 de janeiro de 2017

fazendo redação - texto argumentativo




se você acha que escrever é um bicho de dez cabeças... -- na verdade, deve ter umas duas ou três -- seus problemas acabaram !
texto argumentativo é o gênero mais cobrado nos vestibulares.
então, veja!
divulgue!



sábado, 28 de janeiro de 2017

saúde literária - revista vida simples



[ m bandeira, rio de janeiro ]

a revista vida simples, fevereiro 2017, traz matéria robusta sobre função da literatura, em nossa sociedade. revela que pode salvar vidas. funciona como terapia. mas é preciso remédio tarja preta: os clássicos. não são pra qualquer um. 
é como uma criança tomar remédio em dose para adulto. não vai dar certo. por isso sou frontalmente contra adoção de clássicos mundiais nas escolas, dentro do nível fundamental -- 5o a 9o ano. adaptações infanto-juvenis por vezes mudam até o gênero do texto, como já vi "os lusíadas" em prosa. ou "hamlet" igualmente em prosa, numa linguagem de desenho animado. horror.
escola e professores devem procurar melhor caminho para estímulo da leitura em adolescentes. quem adota clássico repaginado está olhando para os pais e não para os alunos. parece que alta literatura causaria algum impcato na comunidade. bobagem.
mas o texto da revista "vida simples" não trata especificamente deste tema (literatura para jovens), mas me serviu de mote aqui pra eu destilar minha chatice.

os sites das revistas "carta capital" (carta educação) e "nova escola" são um bom começo para quem tem dúvidas a respeito desse tema. é normal ter dúvidas péssimo é quem se acomoda e não faz pergunta.

carta educação - - clica

revista nova escola - leitura digital - clica


sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

sermão da quarta-feira de cinzas 1672 - padre vieira




barroco e religioso (quase um pleonasmo, em se tratando de latinos), vieira trata da necessidade de reflexão, por parte de seus fiéis. é um sermão pregado no primeiro dia da quaresma. ano: 1672. onde: roma, na igreja de sto antônio dos portugueses.
segundo o texto, o homem deve ter consciência de que é mortal e não comportar-se como um imortal.

trechos fundamentais :


Duas coisas prega hoje a Igreja a todos os mortais, ambas grandes, ambas tristes, ambas temerosas, ambas certas. Mas uma de tal maneira certa e evidente, que não é necessário entendimento para crer; outra de tal maneira certa e dificultosa, que nenhum entendimento basta para a alcançar. Uma é presente, outra futura, mas a futura veem-na os olhos, o presente não a alcança o entendimento. E que duas coisas enigmáticas são estas? Pulvis es, tu in pulverem reverteris: Sois pó, e em pó vos haveis de converter.
Sois pó, é a presente; em pó vos haveis de converter, é a futura. O pó futuro, o pó em que nos havemos de converter, veem-no os olhos; o pó presente, o pó que somos, nem os olhos o veem, nem o entendimento o alcança. (...) -     [parte I ]

Enfim, senhores, não só havemos de ser pó, mas já somos pó: Pulvis es. Todos os embargos que se podiam pôr contra esta sentença universal são os que ouvistes. Porém como ela foi pronunciada definitiva e declaradamente por Deus ao primeiro homem e a todos seus descendentes, nem admite interpretação, nem pode ter dúvida. Mas como pode ser? (...) A razão é esta. O homem, em qualquer estado que esteja, é certo que foi pó, e há de tornar a ser pó.                                                      [ parte II ]


Esta nossa chamada vida não é mais que um círculo que fazemos de pó a pó: do pó que fomos ao pó que havemos de ser. Uns fazem o círculo maior, outros menor, outros mais pequeno, outros mínimo. Quem vai circularmente de um ponto para o mesmo ponto, quanto mais se aparta dele tanto mais se chega para ele; e quem quanto mais se aparta mais se chega, não se aparta. O pó que foi nosso princípio, esse mesmo, e não outro, é o nosso fim (...)                                                  [ III ]


Acalmou o vento, cai o pó, e onde o vento parou, ali fica, ou dentro de casa, ou na rua, ou em cima de um telhado, ou no mar; ou no rio, ou no monte, (...)
Assim como o vento o levantou, e o sustinha, tanto que o vento parou, caiu. Pó levantado, Adão vivo; pó caído, Adão morto: Et mortus est. Este foi o primeiro pó, e o primeiro vivo, e o primeiro condenado à morte, e esta é a diferença que há de vivos a mortos, e de pó a pó. Por isso na Escritura o morrer se chama cair, e o viver levantar-se.         [ IV ]

Abri aquelas sepulturas e vede qual é ali o senhor e qual o servo; qual é ali o pobre e qual o rico? distingui-me ali, se podeis, o valente do fraco, o formoso do feio, o rei coroado de ouro do escravo (...) carregado de ferros? Distingui-los? (...) Não por certo. O grande e o pequeno, o rico e o pobre, o sábio e o ignorante, o senhor e o escravo, o príncipe e o cavador, o alemão e o etíope, todos ali são da mesma cor.  (...)
Se quereis ver o futuro, lede as histórias e olhai para o passado; se quereis ver o passado, lede as profecias e olhai para o futuro. (...) Olhai para o passado e para o futuro, e vereis o presente.                                 [ V ]  

Ou cremos que somos imortais, ou não. Se o homem acaba com o pó, não tenho que dizer; mas se o pó há de tornar a ser homem, não sei o que vos diga, (...). A mim não me faz medo o pó que hei de ser; faz medo que há de ser o pó. Eu não temo na morte a morte, temo a imortalidade; eu não temo hoje o dia de cinza, temo hoje o dia de Páscoa, porque sei que hei de ressuscitar, porque sei que hei de viver para sempre, porque sei que me espera uma eternidade, ou no céu, ou no inferno.                          [ VI ]

Aristóteles disse que entre todas as coisas terríveis, a mais terrível é a morte. Disse bem mas não entendeu o que disse. Não é terrível a morte pela vida que acaba, senão pela eternidade que começa. Não é terrível a porta por onde se sai; a terrível é a porta por onde se entra.
Se olhais para cima, uma escada que chega até o céu; se olhais para baixo, um precipício que vai parar no inferno, e isto incerto. (...)
Tanto medo, tanto receio da morte temporal, e da eterna nenhum temor? Mortos, mortos, desenganai estes vivos.  (...)
E porque espero da vossa piedade e do vosso juízo que aceitareis este bom conselho, quero acabar deixando-vos quatro pontos de consideração para os quatro quartos desta hora. Primeiro: quanto tenho vivido? Segundo: como vivi? Terceiro: quanto posso viver? Quarto: como é bem que viva? Torno a dizer para que vos fique na memória: Quanto tenho vivido? Como vivi?  Quanto posso viver? Como é bem que viva?                    [ VII ]

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

pixadores, uni-vos





o prefeito de são paulo, dória jr, insiste em declarar guerra às pichações acreditando que elas sujam a cidade. é relativo. os pichadores são voz de parcela da população. por que não ouvi-los? assim como dependentes químicos de drogas não são, necessariamente, bandidos, esses artistas das ruas são parte ativa da população urbana paulista e merecem todo respeito.
o prefeito usa de um artifício extremamente preconceituoso e elitista ao considerar aquilo que faz o cidadão quase anônimo um crime. 
falta espaço aos pichadores, sr, prefeito. falta dar voz a eles e a tantos outros ... falta espaço pra muita gente, até para os garis, malabaristas de farol, circenses, pessoas comuns que, detalhe, gostam da cidade viva, diferente do senhor. 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

augusto na draga - novo filme do carneiro




"olha o que fez augusto na draga" é a desventura do herói contra joãzinho neném e dionora tatu-tá-te-vendo.

não perca!
em breve, num cinema perto de você.
ou não.