terça-feira, 11 de maio de 2021

romantismo é mesmo um mal?



com meus alunos falo de romantismo.   

pedra no sapato de nove entre dez jovens de classe média, o romantismo, em literatura, precisa ser mais simples. mais simples porque parece estar pregado no século 19. bobagem. no 21, surge um travamento ímpar. pouca gente está disposta a expor-se, a dizer que ama, mesmo que não haja compromissos íntimos possíveis. e é bom dizer que se ama, creia. mas o que se tem é silêncio. um peso. 
em sala de aula, li "este inferno de amar", do garrett. um recurso quase secular meu, para ilustrar a teoria da coisa. no texto -- curto -- o eu lírico se mostra confuso quanto ao que sente. parece novidade. 

por isso, ser romântico, até hoje, soa como um problema. um mal. por que será?

olhem, que o romantismo -- em literatura -- está associado à morte ou ao gótico, isso é lá é verdade. até o grupo pop rock "the cure", inglês, desenvolvia canções nessa linha depressiva e noturna, no século 20. agora, na prática, em dia de semana, por que tem sido difícil expor sentimentos sem culpa?

será mesmo um problema quase patológico essa vivência da paixão?

. . . . . . . . . .  .  .   .   .   .   .   .   .

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