“Eu sou pobre, pobre,
pobre,
vou-me embora, vou-me embora
......................................................
Eu sou rica, rica, rica,
vou-me embora, daqui!...”
(Cantiga antiga)
“Sapo não pula por
boniteza,
mas porém por precisão.”
(Provérbio capiau)
a hora e vez de augusto matraga recria uma
verdadeira saga do homem na travessia por este mundo. matraga é, de um modo mais
amplo, o homem no sentido universal. o conto é uma tragédia, digamos, bem à moda grega. apolo e dioniso estão em xeque. ia dizer "choque", desisti. xeque. sua trajetória recria a passagem evolutiva
em busca do aprendizado do viver e da ascensão espiritual em plenitude. seu
objetivo será ter sua hora e vez de entrar no céu, "mesmo que seja a
porrete". é uma história de redenção e espiritualidade. depois da epifania, vem a vontade de matar novamente...
aliás, "epifânio" é nome de um dos jagunços de joãozinho.
atenção às referências bíblicas: o título do conto é uma fala do padre... e a cena próxima ao final é releitura do novo testamento, jesus e a mula etc.
"matraga" é o último texto do livro "sagarana". nele, neste conto, há uma miscelânea de praticamente todos os temas que temperaram os outros oito textos, como religiosidade, vingança, animais poderosos, amor. veja que o burrinho que salva francolim, no primeiro conto ("o burrinho pedrês") parece repetir a cena, agora, em "matraga", com uma função diferente: salvar para a morte.
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