sábado, 30 de janeiro de 2021

livrar-se do cansaço é clichê mas eu quero

 

ainda não saí da ressaca de 2020. estou cansado, estafado.

lembro das cenas imediatamente após a maratona de são silveste, por exemplo. ou qualquer outra maratona. atletas cruzam a linha de chegada, caem ou ficam segurando os joelhos com as mãos. há alguma vibração pela missão cumprida. mas o cansaço é maior.

estou assim, neste fim de janeiro: no asfalto. ainda não saí da raia... e sei que já já outra maratona começa. 

olhem, a burrice de muitos governantes, os descasos de parte da população com precauções ao vírus maldito, tudo isso torna a situação desoladora, aqui à minha volta. é uma tortura saber que há, à minha volta, irresponsáveis, ignorantes com diploma na parede, fazendo campanha contra medidas restritivas de circulação com a reles opinião de que a economia quebra com lockdown e similares. triste demais.

daí a necessidade de coragem. resistir, denunciar, valorizar escola e a ciência dentro dela. coragem. até pra ter coragem é preciso coragem. criei um clichê, eu sei. mas meu estado, hoje, só oferece isso mesmo.

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

curiosidades mundo literário - divirta-se e aprenda

 


clarice lispector e a bruxaria? onde ?

e o prêmio nobel a bob dylan? merecido?

futebol na copa do mundo e literatura? 

virginia woolf zoando a marinha inglesa ? oi?

bilac e coelho neto fazem pose para reproduzir "aula de anatomia" do rembrandt? heim?

saiba sobre essas e outras curiosidades aqui!










quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

emicida é questão de prova, por aqui


“AMARELO – É TUDO PRA ONTEM”

       texto 1

No trailer revelado, o rapper reflete sobre um ditado Iorubá que diz: Exu matou um pássaro ontem, com uma pedra que só jogou hojeEsse ditado, é a melhor forma de resumir o que eu tento fazer. Eu não sinto que eu vim, eu sinto que eu voltei. E que de alguma forma, meus sonhos e minhas lutas começaram muito tempo antes da minha chegada”, conta.

https://br.nacaodamusica.com/posts/emicida-trailer-amarelo-e-tudo-pra-ontem/

            texto 2

Renato Noguera, doutor em Filosofia, professor na Universidade Fed Rural do Rio de Janeiro (...) Exu é mensageiro, porta-voz, intérprete, ensina a “Enciclopédia brasileira da diáspora africana”, de Nei Lopes. Noguera completa: “É o orixá que abre caminho para o acontecimento. Na mitologia, quando joga a pedra por trás do ombro e mata o pássaro no dia anterior, Exu reinventa o passado. Ensina que as coisas podem ser reinauguradas a qualquer momento”.

https://www.geledes.org.br/as-voltas-que-o-mundo-da/


nota -

exu - último orixá, primeiro humano encarregado de levar pedidos às divindades e trazer  

dádivas e também puniões  


a) lidos os textos, como explicar o paradoxo do ditado citado pelo rapper emicida?

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resposta:

a ideia é recuperar o passado e rever injustiças sofridas pelo povo preto e construir presente e futuro sem racismo

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

redação enem 2020 é apelo à sanidade e empatia

 

o tema para redação 2020, enem (prova em janeiro 2021) foi saúde mental e seus estigmas.

vale sempre lembrar que em dezembro 2020, governo federal anunciou que encerraria programas ligados à saúde mental via sus. 

os textos motivadores trataram de números sobre saúde mental, dando conta de que o brasil é o primeiro do ranking da depressão. 

também se leu que redes sociais contribuíam para prejuízos na saúde mental, uma vez que buscam validar uma vida perfeita.

olhem, importantíssimo tema. assim como coronavírus não é "gripezinha", depressão -- por exemplo -- não é frescura (só pra usar um termo de um dos textos da prova). o estudante poderia seguir o caminho da prevenção, defendendo ideia de mais ofertas de profissionais especializados em espaços públicos -- como os do sus -- e isso levaria a argumentações ligadas aos benefícios da terapia, do apoio psicológico, principalmente em tempos de pandemia. ao final deste post, vídeo que fiz, em 2019, sobre saúde mental e outro sobre drogas (2020), dão ideia de que era importante para estudantes e professores tratarem do tema "saúde mental" permanentemente, quer seja pela depressão, quer seja pela busca de uma saída aos vícios a drogas lícitas ou não, dentre outras causas a esses desconfortos psicológicos.

em 2020, alunos da segunda série do ens. médio -- antonella e cauê, principalmente -- reforçaram uma ideia que tive sobre campanha comunitária ao setembro amarelo. foi ótimo o trabalho, mesmo com aulas remotas. estendi a ação para terceira série, recebi retornos muito bons de vários alunos também: maria fernanda, laura ferragut, joão, goya, bia melo, julia lopes e outros tantos. 

numa ação que se chamou "ao vivo em debate" -- que criei com apoio da coordenação --, debati com professora amanda e alunos de nono ano e ensino médio o setembro amarelo, a questão do suicídio... foi bem produtivo. 

espero que meus alunos que prestaram enem 2020, assim como outros tantos brasil afora, tenham feito boa prova. estudantes para quem universdade é ascensão social, segurança quanto a uma busca por prazer no trabalho.




domingo, 17 de janeiro de 2021

livro dos abraços é celebração da memória

                                               

primeira edição de "el libro de los abrazos" é de junho, 1991.
eduardo galeano (1940-2015), uruguaio.
 tradução do eric nepomuceno.

são textos curtos sobre vivências do eu-personagem, tanto pelas américas, como pela europa e dentro de si.

no espeço à dedicatória, lemos :
 " Recordar:  Do latim re-cordis tornar a passar pelo coração. "

e o início é assim:

   O mundo

 Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas. — O mundo é isso — revelou —. Um montão de gente, um mar de fogueirinhas. Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.    [galeano, eduardo. livro dos abraços]

lembra estilo dos africanos mia couto e valter hugo mãe.

muitos textos tratam do tempo da ditadura militar na américa latina, do qual foi contemporâneo galeano. escreve sobre exilados, indígenas, torturas, arte, censura... outros textos relembram antepassados, aqueles mais antigos na luta pela liberdade e também alegorias do viver em estado de arte e estado de espera para mundo menos rude.

nessa linha, celebra a memória. celebra a necessidade de reconhecer nosso lugar, nossa história latina, deve ser por isso o "abraços", no título. e como são necessários.

vejam :



quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

lágrimas ocultas - florbela espanca - comentário

 


LÁGRIMAS OCULTAS

                     Florbela Espanca [ 1894 - 1930 ]

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era q'rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

       [ Livro de mágoas 1919 ]

soneto decassílabo de florbela da conceição espanca.

a palavra "querida" sofreu uma supressão de sílaba para que pudesse manter o verso 2 com a mesma métrica dos demais.
com exclamações e reticências, o poema expõe um eu dilacerado, ferido, pois o presente não é como o passado. nele, houve primaveras, ou seja, felicidades, prováveis amores... depois, como se lê no verso oito, abandono e esquecimento.

o título faz referência á tristeza da alma, interna, daí o termo "ocultas". ninguém pode ver porque caem dentro do próprio eu.
poema pessimista e de influência simbolista: subjetividade; valorização da espiritualidade; apego ao que é vago, impreciso.

saiba mais : 



sábado, 9 de janeiro de 2021

mandalorian: série não decepciona, mas trai algumas expctativas

                             

a plataforma disney+ colocou no ar, aqui no brasil, a série "the mandalorian", em 2020. 

o ator que (quase) nunca tira seu capacete é pedro pascal.

vários são os diretores: reed, rodriguez e howard, dentre outros.

trilha sonora de de ludwig göransson.

são duas temporadas, 16 capítulos, em média cada um, 50 minutos, pouco mais, talvez. agrada fãs da saga star wars e também quem nunca ouviu falar em mesttes jedi ou darth vader.

síntese: guerreiro mandaloriano precisa cuidar do bebê yoda (grogu) que é perseguido pelas forças do mal, ligadas ao império. durante os capítulos, o mandaloriano faz das tripas coração e protege seu bebê que, além de ser verde, tem superpoderes. 

numa das cenas, da segunda temporada, inimigos do mandaloriano explodem sua nave. praticamente tudo vira pó. contudo, em meio a fumaça e cinzas, ele encontra peça em forma de bola de metal, menor que a palma de sua mão, com a qual o pequeno grogu brincava. era uma extensão de um dos controles do painel. o mandaloriano guarda a peça consigo. quem assiste e vê -- em mais de um capítulo --, a referência a esta pecinha, crê que algo acontecerá, mais adiante, com ela. nada. daí, senti falta de algo, no enredo, ligado a ela. achei que fosse fazer parte do desfecho. nada. 

outra: ao final, jovem luke skywalker -- feito em computação gráfica -- surge para resgatar seu jovem yoda e poder treiná-lo. é a missão do mandaloriano sendo cumprida. ele, o jedi luke, enfrenta os ferozes robôs do mal. vence. achei que, nessa hora, os poderes do jovem yoda fizessem algo para driblar as tensões, mas nada acontece. ele fica de camarote vendo tudo e, com quase nenhma relutância, segue aquele que irá ensiná-lo a ser um yoda sábio. o mandaloriano e seu protegido se separam como se tivessem acabado de se conhecer. ficou meio sem sal o desfecho, juro.

a questão das relações de trabalho, na atualidade, é ilustrada por essa série. o mandaloriano é um prestador de serviço, sem vida privada que acaba se revoltando contra parte do sistema não por causa das condições ruins e arriscadas de trabalho, mas por causa do elemento de um de seus serviços: o bebê jedi. 

vale a pena trecho do "le monde brasil" sobre "mandalorian": 

Os filmes críticos de ficção científica falam de um futuro extremamente avançado, ou de uma sociedade que se colapsou por conta do consumo exagerado. Contestam esse processo, mas não mostram alternativas humanitárias, muito menos defendem um ponto de vista no qual concebem as tecnologias como desnecessárias. Apenas defendem que é preciso usá-las com responsabilidade. No fim das contas, o futuro tecnológico continua sendo imaginado. E o presente continua trancafiado nessa expectativa que realiza muito pouco em termos humanitários, mas que rende um lucro altíssimo para as corporações. O consumidor, portanto, encontra na tela, assim como nos romances de ficção científica, o que ele já espera (...)

https://diplomatique.org.br/the-mandalorian-de-guerreiro-a-novo-proletariado-de-servicos/


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

mestre vitalino vira questão de prova

                                                                                                                              Violeiros, 1950 cerâmica 18 cm

(...) De início, ele pinta suas composições com pigmentos naturais feitos de barros de diferentes tons. A seguir usa tintas industriais, mas como isso sai caro, passa a dissolver breu em querosene e adicionar-lhes os preparados comerciais. Mais adiante, reserva os esmaltes comerciais para encomendas do público com maior poder aquisitivo e continua a vender trabalhos para seus compadres habituais da feira (...) 

           FROTA, Lélia Coelho - Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro, ed aeroplano

 breusubstância escura, inflamável, obtida na destilação do alcatrão ou pela resina
            de determinadas plantas

1. Lido o texto, sabe-se que a arte de mestre Vitalino não deve ser tratada como

a) regional

b) instintiva

c) figurativa

d) surrealista


2. A obra do artista plástico Vitalino está inserida em um plano conhecido como 

a) art nouveau 

b) arte abstrata 

c) arte popular

d) arte do mamulengo


. . . . .  .  .  .  .  .  .  .   .   .   .    .    .    .

reposta

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1b

2c

saiba mais - -  -

Vitalino Pereira dos Santos (Ribeira dos Campos, Caruaru PE 1909 - Caruaru 1963) 

Ceramista popular e músico. Filho de lavradores, ainda criança começa a modelar pequenos animais com as sobras do barro usado por sua mãe na produção de utensílios domésticos, para serem vendidos na feira de Caruaru. Ele cria, na década de 1920, a banda Zabumba Vitalino, da qual é o tocador de pífano principal. Muda-se para o povoado Alto do Moura, para ficar mais próximo ao centro de Caruaru.

mestre vitalino - enciclopédia itaú - clica

sábado, 2 de janeiro de 2021

aspirina de joão é melhor que um poema?

                                   


já precisei de remédio pra dor. dor de cabeça, muscular, pra melhorar da cirurgia e até pro fígado suportar o que ingeria. também tomei remédio pra gripe, tosse, diarreia, dor de dente, má digestão. o gosto deles não lembro. mas tinham efeitos. geralmente resolviam a coisa.

joão cabral, poeta de nomeada, sofria de enxaqueca e dedicou poema para um comprimido. chama-se "num monumento à aspirina". é até bonito. mas poesia a gente não come, não dilui em água, não dá pra dizer que ela cura totalmente a solidão. pode ocupar determinado tempo, depois a solidão volta. há controvérsias...
e há quem chame a dor da gente de nervosismo. outras dizem que é ansiedade. culpa é nome que serve, vez ou outra. medo é nome comum. depressão já ouvi também. 

  NUM MONUMENTO À ASPIRINA

         João Cabral de Melo Neto

Claramente: o mais prático dos sóis,
o sol de um comprimido de aspirina:
de emprego fácil, portátil e barato,
compacto de sol na lápide sucinta.
Principalmente porque, sol artificial,
que nada limita a funcionar de dia,
que a noite não expulsa, cada noite,
sol imune às leis de meteorologia,
a toda a hora em que se necessita dele
levanta e vem (sempre num claro dia):
acende, para secar a aniagem da alma,
quará-la, em linhos de um meio-dia...

. . . . . .  .  .  .  .  .   .   .   .   .

acho que todo mundo já passou por essa de sofrer solidão, angústia. uns mais, outros menos. remédios existem. alguns são de engolir outros de sentir. mas existem.
poesia pode ajudar. pensei em chamar joão cabral e pedir opinião, consulta. poeta geralmente é bom na palavra. mas joão está morto. está sem dores, eu sei. mas morto. poesia e aspirina. vale a pena comparar uma coisa e outra?


quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

escrever pra quê!

 

                             [ carta do jogo "trunfo das letras" que inventei ]

escrever melhora sua visão de mundo. 

dar nome às coisas clareia o escuro da dúvida. 

nomear é também significar.

quem fez isso bem, no século 20, foi clarice lispector. ela e o mago rosa, lá de minas gerais.

cem anos de idade, clarice fez, neste 2020. 

escrever por clarice? pode ser.

 escrever por você? sempre! basta começar.

escrever como clarice? olhem, difícil... mas como o mundo ainda não acabou, sempre há o que se esperar nesse universo da escrita.

. . . . . . . .  .  .  .  .  .  .   .   .   .    .    .

 conheça um conto da escritora!







domingo, 27 de dezembro de 2020

enem janeiro 2021 - última chamada! dicas de literatura

 


veja onze (11) vídeos que ajudam a entender a história da literatura de língua portuguesa e seus principais temas!

procure asisitir nesta ordem aqui.  bom estudo !


trovadorismo

renascimento


barroco


arcadismo

romantismo

realismo e afins

simbolismo e pré-modernismo

modernismo - semana 22

modernismo fases 2 e 3

alguns personagens pretos na literatura







sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

2020: ano muito difícil, mas...

                                           

                                               [ dezembro, 2020 ]

ano muito difícil, esse 2020. 

frase é clichê, eu sei. mas poderia ter sido menos pior se não fosse a outra epidemia: a da igonorância. 

vide casos de terraplanismo, descrença em vacinas e outras aberrações conhecidas através de "fake news". a ascensão do racismo institucional, as demais violências, destruição da natureza, tudo isso abala qualquer um com mais de dois neurônios. e houve quem apoiasse tudo isso, vale sempre lembrar. o que fazer para que saiamos desta, vivos ? 

já disse aqui e em outros lugares: valorizar escola. valorizar ciência, arte, empatia. divulgar notícias úteis. apoiar plataformas políticas de cunho social. lamentavelmente são poucas, mas há. não ter vergonha da depressão. fale. mexa-se, na medida do possível... no quintal, na sala, varanda... multiplique os pedidos de distanciamento social, o valor às vacinas, o zelo pelo planeta. 

está cansando isso tudo, eu sei.  e como sei.

estava com três trabalhos formais, no começo de 2020. agora, em dezembro, apenas um. 

deixei, por vontade própria, os outros dois: saúde mental em frangalhos e a necessidade de manter base vital mínima para cuidar dos meus próximos e permitir acolhimentos.


quem esteve e está sempre comigo: a bia. é de onde sai quase toda fonte de vida pra mim. 

preciso olhar mais os sentimentos... os meus, claro. e responsabilidade nas ações, é sim. há os filhos, há famílias, planos, algum caminho pra seguir. 

vontade de contribuir não falta. devo conseguir.

vamos pra 2021.