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domingo, 20 de março de 2022

repórter do século: homenagem da globo a josé hamilton comove até pedra

 


conheci josé hamilton ribeiro entre 1978 e 79. ele estava em forma de papel. era um livro: "pantanal amor baguá" que ele escrevera e eu precisava ler para prova de português, lá na sétima ou oitava série. adorei o livro.
tempos depois, ainda século 20, na espera das corridas de fórmula 1, ligava a rede globo e via boa parte do "globo rural". era ele. numa canoa, numa trilha, de balão, no meio de milharal, atrás de arbusto, em cima de cavalo, simulando caça de onça, explicando procedimentos de plantio e colheita, sempre com um texto sóbrio, expondo várias frentes, dentro do tema específico do programa. josé hamilton revelava, em suas reportagens, lado social do tema que tratava, o lado da natureza, as questões econômicas e sempre com algum humor.

hoje, não só a rede globo aberta passou especial sobre a carreira do repórter-escritor, como o canal globonews. se você tem o aplicativo globoplay, acesse. é uma aula de jornalismo o que se vê no panorama de trabalho de josé hamilton, atualmente, morando em uberaba, em sua fazenda. 

idade, agora: 86.
tempo de jornalismo: 66 com carteira assinada. 
foi premiado de todo jeito, no brasil e lá fora.
uma figura especial. repórter do século. de uma vida toda. aplausos.

quarta-feira, 3 de março de 2021

carta de pero vaz de caminha ao rei dom manuel - 1500 - resenha


maio de 1500. último ano do século 15. brasil. 

pero vaz de caminha, escrivão da frota de pedro álvares cabral, escreve ao rei dom manuel

em função de seus antecessores terem prestados serviços à coroa portuguesa e ser amigo do rei -- literalmente -- pero vaz aproveita de suas funções de escrivão oficial para fazer, ao final da carta, pedido pessoal ao rei: solucionar situação do degredado jorge de osório, genro de caminha. jorge estava na ilha de são tomé.  por isso, a carta apresenta caráter íntimo, não apenas histórico

a carta-narrativa de pero vaz é um clássico histórico e artístico, pois traz o estilo do escrivão composto de humildade e devoção à coroa. além de trechos de pura ficção, como a descrição do episódio do encontro dos índios com cabral e sua comitiva. caminha faz uma narrativa de viagem em forma de carta (datação, local, destinatário etc). começa o texto por "senhor". 

no texto, registros de caminha:

- partida: 9 de março, belém, 1500, lisboa. 

- dia 14, nas ilhas canárias.

- dia 22 de março, um dos pilotos, pero escolar, avistou ilha de s. nicolau, pertencente às ilhas de cabo verde. eram dez horas, mais ou menos, segundo o escrivão.

- dia 23, noite: frota de vasco de ataíde se perde. diligências são feitas na região, mas "não apareceu mais!

trecho importante, na sequência do desaparecimento de vasco: 

"E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos."

* oitavas de páscoa - oito dias depois da comemoração da páscoa
botelho e rabo-de-asno - vegetais, plantas, provavelmente usadas para conter hemorragia nasal
* fura-buxos - aves aquáticas típicas do mar dos açores; chamadas "chiretas", são da família dos procelarídeos, voam grandes distâncias sobre oceanos

em princípio, a terra foi chamada "vera cruz"

em seguida, narra a chegada em terra, dia 23, quinta-feira, abril:

"E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos em direitos à terra, indo os navios pequenos diante, por dezessete, dezesseis, quinze, catorze, treze, doze, dez e nove braças, até meia légua da terra, onde todos lançamos âncoras em frente à boca de um rio."

na terra foi deixado o degredado, condenados pela justiça portuguesa, afonso ribeiro 
na quinta-feira, 30 de abril, capitão recomendou que ao sair dos batéis (pequenas embarcações) fossem todos à cruz e que a beijassem para mostrar aos índios a devoção. por ingenuidade e extasiados de novidade, alguns índios imitaram os gestos de cabral e seu grupo. ao que caminha conclui : 

"E assim fizemos. E a esses dez ou doze que lá estavam, acenaram-lhes que fizessem o mesmo; e logo foram todos beijá-la. Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma (...)"
como assim, não têm crença?...eles só não eram cristãos. ah, os europeus donos do mundo!

saber mais: veja o vídeo abaixo 


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

sarapalha - sagarana





na beira do rio pará, na tapera do arraial, havia um povoado praticamente abandonado, em função da epidemia de malária. o lugar que tinha sido belo e bom de se plantar, agora estava, literalmente, às moscas. primo ribeiro e primo argemiro, homens feitos, são os habitantes que restaram no vau de sarapalha. eles e o cachorro jiló, cheio de marcas na pele, coberto de vermes. ali, atacados pela febre, tremem, e esperam a morte.
um cuida do outro durante e depois do acesso, bem unidos, sendo velados pela natureza que parece entristecer-se com aquela situação.
argemiro se sente muito triste com a fuga de luísa com outro homem. a moça era casada com primo ribeiro, mas ele, argemiro, silenciosa e discretamente, amava a mulher. seu plano é contar ao primo ribeiro seu amor platônico por luísa. qur saber como termina ?
assista-me!