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quinta-feira, 21 de março de 2019

angústia - graciliano ramos - resumo




ANGÚSTIA
romance - - - -

narrado em primeira pessoa, luís da silva relata sua vida, em alagoas, como funcionário de repartição pública e de um jornal, ligado ao governo do estado, onde faz crítica literária, em maceió. século 20. década de 30.
muitos crimes depois da revolução de 30. valeria a pena escrever isto? impossível, porque eu trabalhava em jornal do governo.

órfão do pai -- camilo -- luís se mostra, na vida adulta, muito rejeitado. solitário profissional. seus companheiros são moisés e pimentel.
vivo agitado, cheio de terrores, uma tremura nas mãos (...) dão-me um ofício, um relatório, para datilografar, na repartição. até dez linhas vou bem. daí em diante a cara balofa do julião tavares aparece em cima do original, e os meus dedos encontram no teclado uma resistência mole de carne gorda. (...)
em duas horas escrevo uma palavra: marina. depois, aproveitando as letras desse nome, arranjo coisas absurdas: “ar”, “mar”, “rima”, “ira”, “amar”. uns vinte nomes.  (...)  o artigo que me pediram afasta-se do papel. é verdade que tenho cigarro e tenho o álcool, mas quando bebo demais ou fumo demais, a minha tristeza cresce. tristeza e raiva. “ar”, “mar”, “ria”, “arma”, “ira”. passatempo estúpido.


trinta e cinco anos de idade,  luís se ressente da vida que leva, recebendo ordens para escrever artigos, ora datilografando relatórios, sempre de cabeça baixa.
numa tarde, durante a leitura de um romance, divisou a vizinha, unhas pintadas.

eu estava debaixo da mangueira, de onde via através da cerca baixa o banheiro da casa vizinha, paredes pegadas com o meu, algumas roseiras, algumas roseiras e um vulto que se mexia (...) era uma sujeitinha vermelhaça, de olhos azuis e cabelos tão amarelos que pareciam oxigenados. não havia nada interessante nela. devia ser moradora nova. cabelos pegando fogo e a cara pintada. lambisgóia, falei comigo mesmo. depois notei que ela me observava. encabulei. sou tímido. sei que sou feio. olhos, braços e boca muito grande, além de um nariz grosso. (...)

      a tal moça vermelha era marina

       naturalmente gastei meses construindo esta marina que vive dentro de mim, que é diferente da outra, mas se confunde com ela. antes de eu conhecer a mocinha dos cabelos de fogo, ela me parecia dividida numa grande quantidade de pedaços de mulher, e às vezes os pedaços não se combinavam bem, davam-me a impressão de que a vizinha estava desconjuntada. Agora mesmo temo deixar aqui uma sucessão de peças e de qualidades: nádegas, coxas, olhos, braços, inquietação, vivacidade, amor ao luxo, quentura, admiração a d. mercedes. (...) além disso ela era meiga, muito limpa. (...) passava uma hora no banheiro, e a roupa branca que vestia cheirava. (...)


á memória de luís, conforme o relato caminha, aparecem tanto a figura do pai, camilo pereira da silva, como a de josé baía, contador de histórias de onça, além de outras passagens do tempo de menino, como assistir ao trato com o gado, por mestre amaro ou lembrar o dia em que uma cobra se enrodilhou no pescoço do velho trajano.

o tempo passa e o narrador percebe que seria patética uma disputa com tavares, mais rico, mais poderoso. além do mais, marina estava pendendo para o lado do sujeito, roupas bem cortadas, indo a passeios, teatro e cinema.


do seu próprio banheiro, tempos mais tarde, percebe que a moça cuspia no chão e a voz de d. amélia, preocupada: ela estava grávida e tavares não aparecia mais como antes... possuído de raiva pensa em matar julião.

se marina voltasse... por que não? se voltasse inteiramente esquecida de julião tavares, seríamos felizes. Absurdo pretender que uma pessoa passe a vida com olhos fechados e vá abri-los exatamente na hora em que aparecemos diante dela.

compõem o dia-a-dia de luís, a figura de ivo, homem simplório, às vezes bêbado; antônia, moça que vive procurando homem; rosália e seus gemidos ouvidos de seu quarto, quando chega o marido que ele nunca vira; as histórias repetidas de seu ramalho, como a do moleque, retalhado à faca por ter deflorado uma moça; além do café onde, quase sempre, esbarra no próprio ex-amante de marina.

medo da opinião pública? não existe opinião pública. o leitor de jornais admite uma chusma de opiniões desencontradas, assevera isto, assevera aquilo, atrapalha-se e não sabe para que banda vai. (...) penso no tempo em que os homens não liam jornais. penso em filipe benigno, que tinha um certo número de ideias bastante seguras, no velho trajano, que tinha ideias muito reduzidas, em mestre domingos, que era privado de ideias e vivia feliz. e lamento essa balbúrdia, essa torre de babel em que se atarantam os frequentadores do café. quero bradar:
— eles escrevem assim porque receberam ordem para escreverem assim. depois escreverão de outra forma. é tapeação, é safadeza


sem muito esforço, descobre que tavares estava tendo um caso com uma moça que trabalhava numa loja de miudezas. pela madrugada, seguiu-o até a casa, nas cercanias da cidade. esperou que saísse e o atacou com uma corda, sufocando-o. influenciado pela visão do velho evaristo, enforcado, luís tenta transformar o crime em suicídio e procura pendurar o corpo na árvore, mas acaba se machucando nas mãos e rasgando parte da roupa. desiste, quase esquece o chapéu, tenciona voltar, mas acaba mesmo no rumo de casa. lá, mal descansa, fica assustado. 


falta ao trabalho no dia seguinte, assusta-se com um pedinte, à porta, acreditando ser a polícia. cai de cama, com delírios, vendo fatos passados, misturados, vagando por sua mente.


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IMPORTANTE


a narrativa inicia-se cerca de trinta dias após o narrador recuperar-se do assassinato de tavares, e dura praticamente um ano — no tempo da narrativa, apesar de prevalecer o tempo psicológico. luís vive num cenário por onde passeiam prostitutas, velhacos, aproveitadores, pobres de espírito, enfim, um beco sem saídas. vez por outra, surgem imagens de afogamentos, pesadelos com figuras enforcadas ou a cobra enrolada no pescoço de trajano. quanto ao tempo, confundem-se o psicológico e o cronológico. misturam-se. da primeira à última página, dura o romance cerca de um ano. este é o tempo que cobre desde o conhecimento de  marina até a morte de julião. contudo sobram memória, reminiscência e dor. referências à infância, o momento presente é evocado com a tensão que os comunistas sofreram, na era vargas. a auto-estima baixa do narrador traz à tona cenas da vida na época da adolescência, no campo, sua relação curta e “inaugural” com berta, as imagens da fazenda, na época do avô e a escola do antônio justino. pois bem, em meio ao dia-a-dia sofrido, cujo ponto principal de dor é o rompimento com Marina, pululam imagens do passado, desde o homem enforcado, o pai morto ou a tal cobra no pescoço do avô trajano. há quem diga que a dor de luís mora na sua extrema carga de realidade que suporta na frente dos olhos, mas isso é conversa de psicanalista


     repare num trecho -- registrado acima -- quando luís se refere à imprensa: muita gente é enganada, acaba acreditando na realidade que lhes entregam... é tapeação, diz luis... imprensa é paga (comprada) para favorecer coronéis, acobertar crimes


a técnica do monólogo interior,é, aqui, motivo de comoção junto ao leitor. a alternância do uso do tempo, em planos diferentes, dá ao texto uma intensidade e carga emotiva que poucos neste século XX conseguiram... talvez lúcio cardoso, talvez clarice... 

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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

a falência - julia lopes de almeida - resenha





romance
1901

literatura brasileira

rio de janeiro
café - ostentação - adultério - orgulho - falência

PERSONAGENS

Francisco Theodoro – cafeicultor; gordo, calvo, poderoso
Gama Torres – negociante de café elogiado por Francisco
Camila  -  esposa de Theodoro
Mário – um dos quatro filhos do casal Theodoro-Camila
Gervásio  -  médico; letrado; amante de Camila
Joaquim  - dono de um armazém
Senra  -  guarda-livros; contador
Rino  – oficial marinha - apaixonado por Camila
Joana –  tia de Camila

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saber tudo ?
assista!




segunda-feira, 4 de junho de 2018

história do cerco de lisboa - saramago - resumo




história do cerco de lisboa [ romance ]
séculos 20 e 12

fácil entender:

raimundo silva tem tarefa de revisar texto antigo sobre a tomada de lisboa pelos cristãos liderados por afonso henriques, 1147

movido por inquietações psicológicas -- ou literárias -- raimundo escreve um "não" em uma das frases que revisa.

os portugueses não teriam sido auxiliados pelos cruzados na luta por retirar os mouros de lisboa

advertido pela editora, raimundo não é demitido. seus patrões decidem colocar uma "errata" nas publicações que saem para livrarias

maria sara, uma figura chamada pela editora para supervisionar o trabalho de raimundo, se interessa pela personalidade do revisor

é dela a ideia de que ele escrevesse uma história do cerco de lisboa como imaginasse...
que desse vazão à imaginação

o que acontece depois ?
assista-me!


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

sagarana e as epígrafes dos contos




a seguir, as 10 epígrafes do livro "sagarana". são nove contos, uma para cada narrativa e mais outra que abre o livro.

esta:

"Lá em cima daquela serra,
passa boi , passa boiada,
passa gente ruim e boa
passa a minha namorada".
          [ quadra de desafio ]

For a walk and back again”, said the fox. “Will you come with me? I’ll take you on my back. For a walk and back again.”
(Grey Fox, estória para meninos)

[ passear e voltar, disse a raposa / você vem comigo? levo você nas minhas costas / para passear e voltar ]

as histórias, basicamente, se passam no cenário da quadra de desafio... a chamada de grey remete ao caráter de fábula que norteia boa parte do livro, como em "conversa de "bois", "burrinho pedrês" ou mesmo "são marcos" e "corpo fechado" com suas magias.

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“E, ao meu macho rosado,
carregado de algodão,
preguntei: p’ra donde ia?
P’ra rodar no mutirão.” (Velha cantiga, solene, da roça)

burrinho pedrês -
o animal que, em princípio era mais fraco e feioso do que os cavalos, acaba salvando a vida humana, carregado de gente, passando o rio

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“Negra danada, siô, é Maria:
ela dá no coice, ela dá na guia,
lavando roupa na ventania.
Negro danado, siô, é Heitô:
de calça branca, de paletó,
foi no inferno, mas não entrou!”
(Cantiga de batuque, a grande velocidade)

“— Ó seu Bicho-Cabaça!?
Viu uma velhinha passar por aí?...
— Não vi velha, nem velhinha,
corre, corre, cabacinha...
Não vi velha nem velhinha!
Corre! corre! cabacinha...”

(De uma estória)

a volta do marido pródigo (lalino) -
"negro danado" que evita o inferno, se afasta de problemas pode ser referência ao personagem central, o lalino, por ser ladino, sim, o malandro

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"E grita a piranha cor de palha, irritadíssima:
– Tenho dentes de navalha, e com um pulo de ida‐e‐volta resolvo a questão!...
– Exagero... – diz a arraia – eu durmo na areia, de ferrão a prumo, e sempre há um descuidoso que vem se espetar.

– Pois, amigas, – murmura o gimnoto*, mole, carregando a bateria – nem quero pensar no assunto: se eu soltar três pensamentos elétricos, bate‐poço, poço em volta, até vocês duas boiarão mortas..."
[ conversa  a dois metros de profundidade ]

duelo -
turíbio todo e cassiano gomes travam perseguição, por vingança
contudo, timpim-vinte-e-um é quem consegue assassinar turíbio, simbolizado, na cantiga, pelo peixe elétrico
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"Canta, canta, canarinho, ai, ai, ai...
Não cantes fora de hora, ai, ai, ai…
A barra do dia aí vem, ai, ai, ai...
Coitado de quem namora!...”

(O trecho mais alegre, da cantiga mais alegre, de um capiau beira-rio)

sarapalha -
contradizendo a legenda da cantiga, a história é bem triste... argemiro e ribeiro, primos, ambos com malária, acabam se separando... um expulsa o outro, por ciúme... argemiro, num gesto de humildade e coragem, confessa a ribeiro que gostava da mulher do primo... por isso é expulso do lugar... ele, argemiro, cantou fora de hora

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Tira a barca da barreira,
deixa Maria passar:
Maria é feiticeira,
ela passa sem molhar

(Cantiga de treinar papagaios)

minha gente -
maria irma é objeto de desejo do protagonista mas acaba se casando com ramiro... o leitor sabe que ela, maria, é tida como feiticeira; não por acaso, foi ela quem arrumou armanda (assim, "r" mesmo) para o protagonista que logo se apaixona e se casa com a moça... por que será?

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“Eu vi um homem lá na grimpa do coqueiro,
ai-ai
não era homem, era um coco bem maduro,
oi-oi
Não era coco, era a creca de um macaco,
ai-ai
não era a creca
era o macaco todo inteiro
oi-oi”

(Cantiga de espantar males)

são marcos -
a cantiga repete, como ladainha, que o que se vê, na verdade, era outra coisa. o conto trata também da oração de s marcos ligada a poderes além da humanidade... como diz a legenda, "espantar males". o preconceito de josé (izé) por mangolô é nítido. além da feitiçaria, há a questão da negritude... o que torna a figura de josé mais desprezível. no fim da história, o protagonista será salvo da cegueira pelo tal mangolô feiticeiro que, então, não era o que parecia

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A barata diz que tem
sete saias de filó...
É mentira da barata:
ela tem é uma só

(Cantiga de roda)

corpo fechado
narrativa em que manuel fulô consegue matar o valentão targino - que está armado e atira - usando apenas uma pequena faca, sem se ferir. o autor da mágica é tonico das pedras... e parece, ao final do confronto, que manuel fulô tinha sete vidas, sete escudos, muitas proteções... mas o que ele demonstra é ter confiança... uma vida só... a cantiga de roda, nesse contexto, bem se justifica

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“— Lá vai! Lá vai! Lá vai!...
— Queremos ver... Queremos ver...
— Lá vai o boi Cala-a-Boca
fazendo a terra tremer!...”

(Coro do boi-bumbá)

conversa de bois -
narrativa com caráter fabuloso. oito bois, dentre eles "namorado", "brabagato" e "dançador", traçam plano de melhorar a vida de tiãozinho e matam o carreiro, agenor, que estava em cima do carro de bois e, segundo consta, já estava interessado na mãe de tiãozinho, recém-viúva. o corpo do pai de tiãozinho estava no carro, no momento do desfecho da trama (morte de agenor). eles realmente fizeram a terra tremer

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Eu sou pobre, pobre, pobre,
vou-me embora, vou-me embora
.................................
Eu sou rica, rica, rica, vou-me embora, daqui!...
(Cantiga antiga)

Sapo não pula por boniteza,
mas porém por precisão.”
(Provérbio capiau)

a hora e vez de augusto matraga -
o primeiro texto pode fazer referência à partida de dionora, esposa de matraga, que o abandona para ficar com ovídio moura. os termos "eu sou pobre" e "sou rica" também podem ser lidos como "sofrimento", "dor" -- para "pobreza" -- e "aconchego" e "conforto" (com ovídio) -- para "riqueza".
o provérbio capiau pode fazer referência à atitude final de matraga que, rejeitando seus novos hábitos de recluso e religioso, acaba assassinando um jagunço, joãzinho bem-bem. ou seja, se é sapo, vai pular. se é matraga, irá cometer alguma violência.

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terça-feira, 25 de outubro de 2016

são marcos - sagarana - resumo




josé é uma figura que, em princípio, destoa do lugar em que se encontra -- o calango-frito --, sertão mineiro, início do século 20. apresenta alguma erudição, consome literatura, escreve e aprecia a contemplação da natureza
contudo, ele desdenha e zomba de joão mangolô por dois motivos: ser negro e feiticeiro.
o que vai acontecer nesta história misteriosa de guimarães rosa?
só me assistindo!


quinta-feira, 19 de maio de 2016

romeu e julieta




conhece a história amorosa com sabor de tragédia?
claro que sim.
sabia que há uma chance de que uma certa julieta tenha mesmo existido? pois é... 
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