LIVRO SEXTO
sophia de melo breyner andresen [1919 - 2004]
versos que se referem ao mar, constantemente
poesia predominantemente lírica
fez homenagem a fernando pessoa
buscou o universal dentro da história portuguesa
século 20
mesmo que fale somente de pedras ou de
brisa, a obra do artista vem sempre dizer-nos isso: que não somos apenas
animais acossados na luta pela sobrevivência mas que somos, pelo direito
natural, herdeiros da liberdade e da dignidade do ser [sophia - posfácio -livro sexto]
mais um poema do livro "tarde", 1919, bilac "última flor do lácio" o que é? o latim, base da língua portuguesa, nasceu na região do lácio, próximo a roma dele, latim, vieram o romeno, francês, espanhol e, por fim, o português logo, a língua é a última flor, um eufemismo para o latim que termina sua jornada no idioma de camões aqui, homenageia a língua portuguesa mas faz ressalva, afirmando que ela ainda é um tanto rude, barulhenta... não é do estilo do poeta expor a vida em sociedade, a realidade. bilac escrevia para os próximos, para um grupo elitizado que via no vocabulário raro, nas tramas de uma sintaxe mais complexa um certo engrandecimento do idioma ainda bem que gente como guimarães rosa, oswald de andrade, carolina de jesus, patativa do assaré -- e tantos outros -- trataram de valorizar nosso idioma sem pedantismo
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LÍNGUA PORTUGUESA
Última flor do Lácio, inculta e
bela,
És, a um tempo, esplendor e
sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos
vela...
Amo-te assim, desconhecida e
obscura,
Tuba de alto clangor, lira
singela
Que tens o trom e
o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da
ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu
aroma
De virgens selvas e de oceano
largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu
filho!”,
E em que Camões chorou, no exílio
amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem
brilho!
nota trom e silvo - barulhos de canhão; estrondos procela - tempestade
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