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domingo, 15 de julho de 2018

escola evita que a terra seja considerada plana


                                                           [ carlos ruas ]

nesses tempos em que a gente encontra figuras adultas, muitas vezes diplomadas, falando em terra plana ou afirmando que vacina é arma química, fico pensando onde foi que erramos. a imprensa brasileira, por exemplo, é -- em geral -- sustentada pelo que dizem agências internacionais, como francepress, cnn, bbc, rai, el país ou deutsche welle, além de mais duas ou três... isso limita demais o acesso a uma necessidade de discussão das notícias. muita gente letrada, por exemplo, se alimenta desse tipo de conteúdo que, nada, nada, serve apenas para vender produtos nos intervalos dos noticiários. 

a questão da terra plana, em si, é produto dos estados unidos e, em parte, advinda das verdades que interessem a eles mesmos mais do que a qualquer outra parte do mundo, incluindo o mundo todo, se é que me entendem. vide episódio que vem do século 20 conhecido como "criacionismo". uma mistura de fé com negação da verdade que em nada contribui para civilidade. não estou contra religiões, nada disso. agora, quando essa cultura dos mitos sai da esfera do foro íntimo e avança para o caminho da realidade comum, então, há o retrocesso, o ódio e a ignorância tomam conta.

queria mesmo saber onde educadores, profissionais de comunicação em geral, hoje pisamos no tomate e permitimos que uma geração triste de egoístas, solitários e ignorantes brotasse. terra plana? como assim? é a pós-verdade se espalhando feito praga. 

escola precisa ser mais ativa nesse campo. muitas que conheço até tratam de temas polêmicos, como racismo, gênero ou bullying, mas o fazem fora do horário de aula, tornando a questão um espetáculo com hora pra acabar.
é preciso falar de gênero, orientação sexual, racismo, feminicídio, democracia, ciência, a vida real enfim, todo dia... assumir e educar país pobre que tem bolsonaro como político ativo não é fácil.

parece que acontece uma autofagia em parte da humanidade que se refugia nos mitos para bombardear hospitais, expulsar cidadãos de suas terras ou simplesmente impedir que uma mulher, no brasil, possa escolher ter ou não um filho.