Mostrando postagens com marcador pandemia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pandemia. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

2020: ano muito difícil, mas...

                                           

                                               [ dezembro, 2020 ]

ano muito difícil, esse 2020. 

frase é clichê, eu sei. mas poderia ter sido menos pior se não fosse a outra epidemia: a da igonorância. 

vide casos de terraplanismo, descrença em vacinas e outras aberrações conhecidas através de "fake news". a ascensão do racismo institucional, as demais violências, destruição da natureza, tudo isso abala qualquer um com mais de dois neurônios. e houve quem apoiasse tudo isso, vale sempre lembrar. o que fazer para que saiamos desta, vivos ? 

já disse aqui e em outros lugares: valorizar escola. valorizar ciência, arte, empatia. divulgar notícias úteis. apoiar plataformas políticas de cunho social. lamentavelmente são poucas, mas há. não ter vergonha da depressão. fale. mexa-se, na medida do possível... no quintal, na sala, varanda... multiplique os pedidos de distanciamento social, o valor às vacinas, o zelo pelo planeta. 

está cansando isso tudo, eu sei.  e como sei.

estava com três trabalhos formais, no começo de 2020. agora, em dezembro, apenas um. 

deixei, por vontade própria, os outros dois: saúde mental em frangalhos e a necessidade de manter base vital mínima para cuidar dos meus próximos e permitir acolhimentos.


quem esteve e está sempre comigo: a bia. é de onde sai quase toda fonte de vida pra mim. 

preciso olhar mais os sentimentos... os meus, claro. e responsabilidade nas ações, é sim. há os filhos, há famílias, planos, algum caminho pra seguir. 

vontade de contribuir não falta. devo conseguir.

vamos pra 2021. 

sábado, 6 de junho de 2020

união pela educação é sobrevivência do país democrático




converso com estudantes, colegas, nesse mundo da educação.
sou professor de ensino médio e pré-vestibular. em 2021, serão 35 anos em salas de aula. a idade e a diversidade de escolas, me fizeram conhecer muita gente e suas realidades.
para não me alongar: o estudante, no brasil, nunca foi protagonista. o tipo de ensino ainda é estilo jesuítico, ou seja, um fala, os demais escutam e têm de agradecer. quase nunca podem questionar. e o que for diferente disso é exceção.

nesta pandemia, em 2020, fica claro que o jogo virou para o aluno.
o esquema de estudo via internet torna o estudante protagonista porque ele pode, agora sim, decidir por ficar ou não diante da tela que transmite a aula. é dele o controle.

o sistema de interação escola-estudante está capenga. já disse meu amigo joão ardoino que nosso sistema educacional equivale a uma parede mofada. tentamos pintar, mas logo o mofo retorna... precisa limpeza. raspar. começar de novo.

começa por melhorar a aula. não vou cair na armadilha fácil que é criticar a escola simplesmente. isso qualquer um faz. digo priorizar o estudante, durante os anos dele na escola. dialogar.
melhorar a aula não é fazer estratégias mirabolantes, dentro de sala, como se atenção dos alunos (leia-se "silêncio") fosse sinônimo de aprendizado. nada disso. dialogar, propor atividade ligada à comunidade em que se está, permitir que haja movimento físico, que estudantes falem, se organizem para um debate, depoimento, arte, esporte, experiência científica, mesmo que seja apenas ir a um pátio olhar o azul do céu e falar sobre eclipse, pássaros, fotossíntese, terra redonda, o básico.
professor, professora, educadores, precisamos ligar o alerta!

valores passados em sala, ultimamente, não são respeitados mais. por quê? porque são valores que só servem ali, na sala, para a prova da semana seguinte. nada contra as fases da meiose, a terceira lei de newton ou o conceito de barroco. tudo importante. mas e a realidade? o racismo, a cultura indígena, violência contra mulher, a questão do aborto, floresta amazônica, sistema prisional, drogas, como ficam? o respeito às diferenças, comunidade lgbt, como ficam? não é para tratar disso? hoje, 2020, a eugenia em curso: deixar morrer a periferia, onde fica geralmente a população negra. o que têm a dizer professores? nada? falam de trigonometria e a queda do império romano, é isso?...
pedir ajuda, professor, professora! isso melhora relação entre alunos, alunas e o que precisa ser aprendido. não só o sistema de rotação da terra ou a extensão do rio nilo que são importantes, tudo bem. mas há a realidade desse estudante e a do professor que merecem respeito.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

novo ensaio sobre a cegueira


                                                    H. Touluse-Lautrec 


não é vida fácil a ninguém essa circunstância de trabalhos a distância, alémdo refletir sobre a política nacional e, acima de tudo, como isso se resolve, no campo da educação e vivências sociais.

fico lembrando episódio recente que é o crescimento da nova religião: o terraplanismo. por que lembro disto? porque parte do mundo acadêmico, científico, pedagógico e afins deu de ombros para o esfarelamento de instituições como universidade, diante do avanço do consumismo puro e simples.

sei que arrisco ficar sem esta ou aquela amizade, eu sei.
mas vou seguir.
hoje, abril de 2020, vejo professores atordoados, abalroados de tarefas a gerenciar, de todo tipo. professores de ensino fundamental, médio e pré-vestibular. aulas pela internet, aulas através de envio de documentos, áudios... e as demandas próprias burocráticas que tudo isso requer.

então, pergunto, novamente: onde estão os acadêmicos?
sei que há abnegados pelo país arrecadando alimento e roupa para assentamento, livros para quem não tem, eu sei. e a maioria? trabalhar mais com a juventude, sim e com os professores e professoras, sim. somar, na linha de frente da educação.
era momento  de reavivar, por exemplo, algo como o telecurso, século 20. usar a televisão para manter algum aprendizado.
neste governo federal, já se sabe: data das provas do enem foram mantidas. quem possui conforto, internet, material didático, está estudando. os mais necessitados, nem de longe. é contra eles que se luta, a gente sabe bem. daí meu apelo.
olhem, a internet requer menos burocracia que uso da televisão. mas a gente sabe, desde a privatização deste setor, nem todo brasileiro tem acesso a internet. logo, a televisão parece ser mais acessível, hoje. por que não usá-la? há redes públicas, pelos estados. rádios ligados à cultura. por que não mobilizar pacotes de ensino?
vejo acadêmicos, pensadores, muitos deles em mesas redondas de debate, via rádio, podcast, lives pelas mídias digitais fazendo análise desta pandemia. ótimo. necessário. jogam luzes racionais no meio do horror que é a perseguição à ciência que este governo federal, hoje, promove. eu sei, eu assisto, vejo, ouço, tento compreender e acompanhar.
contudo, mais precisa ser feito. não só professores e professoras de ensino fundamental e médio deveriam estar nessa batalha. estamos, como quase sempre, sós. o que fazer
?