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sexta-feira, 28 de julho de 2023

garganta profunda

 

junho e julho. neste meio de ano, 2023, tive pelo menos duas crises brabas de ansiedade. já havia assistido outras pessoas próximas com isso, mas nunca vivido. vivi. sobrevivi.
com impressão de que havia gripe ou algo do tipo, tive sensação de que sufocava... ora com secreção pela garganta, ora narinas inchadas dificultando respirar. some-se a isso entraves para cuidar de dente, medo de sair de casa, sono truncado, coração acelerado. o caos.
em terapia, medicado e com família por perto, emergi.
garganta é espaço de muita coisa, aqui. falar. calar. devia ser simples... falar é meu trabalho, há 37 anos. sala de aula. agora se há entrave aí, é recado da mente, do inconsciente, das estrelas, ou o que quer que seja, na obra das coisas vivas.
resultado dos cuidados e reflexões: falar o que ainda não se disse é preciso... e o principal: pedir desculpas. é um caminho.




sexta-feira, 18 de novembro de 2022

tempos

 


ultimamente, figuras próximas perguntam como estou. pra uns digo que estável, pra outros não. depende da hora, depende do lugar.
há antidepressivos, remédios para pressão, umas iguarias mais específicas para alimentação. e pedras. sim, pedras. neste ano, detectaram várias, na vesícula, e devem ser retirada ainda em 2022.
uma canseira essa expectativa porque, apesar da distância de 4 anos, ainda lembro direitinho da cirurgia para retirar câncer de próstata. lembro bem porque o pós-operatório parece não querer sair da cabeça. nem do corpo. impotência, algum desânimo, sensação de solidão, desmotivação... 
parece que a decisão sobre o que fazer da vida já foi tomada, aqui dentro. só falta pôr em prática. parece simples. não é. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

depressão expõe limite entre o humano e o vento que sopra






não só porque em setembro pululam matérias ligadas ao tema da depressão. não só.  é nebulosa e cinzenta a tal depressão, mas há controle médico, às vezes. o que não há é o controle do outro. difícil contar com a compreensão e empatia. o que se tem, do outro lado da ponte, é uma eterna ocupação consigo mesmo. pouco espaço, pouco tempo, "você não está ajudando" etc etc ...
não só de medicamentos vive uma pessoa.
há exceções, mas que só confirmam a regra: quem sofre de depressão costuma estar só.
as campanhas dizem "fale mais"... quem tem moedas paga terapia, psiquiatra, cuidadores... aos demais, restam recados no fundo da caverna.
até o próximo setembro.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

terra sonâmbula é vertigem






pense numa espiral. pense num quadro de dali. pense em uma narrativa densa, poética. pense na áfrica dos últimos trinta anos. "terra sonâmbula" é muito mais que literatura moderna. é magia. portal de fantasia e história. mítico. crítico e filosófico.
mia couto é cirúrgico quando se trata de construir painel para uma determinada ação. cenário que se move, personagens que se desfazem. 
são duas narrativas : muidinga e tuhair -- uma criança e um idoso -- fugindo da guerrilha, durante a guerra civil, emoçambique. a dupla busca abrigo num velho ônibus queimado (um "machimbombo"). lá, o garoto muidinga encontra um caderno e começa a ler as histórias de kindzu, ali narradas. 
quer mais ?
veja-me!