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segunda-feira, 21 de junho de 2021

pecador contrito aos pés de cristo crucificado - gregório de matos

 


PECADOR CONTRITO AOS PÉS DE CRISTO CRUCIFICADO

Ofendi-vos , meu Deus, é bem verdade,
Verdade é, meu Senhor, que hei delinquido,
delinquido vos tenho, e ofendido,
ofendido vos tem minha maldade.
Maldade, que encaminha a vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido,
Vencido quero ver-me e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me abraços,
Abraços, que me rendem vossa luz.
Luz, que claro me mostra a salvação,
A salvação pretendo em tais braços,
Misericórdia, amor, Jesus, Jesus!
GREGÓRIO DE MATOS E GUERRA - séc 17
poeta assume pecados perante cristo e busca salvação pelo arrependimento.
ele -- o eu lírico -- deseja ser acolhido e trata a divindade como uma figura próxima, daí o que se costuma ler dos críticos é que o estilo barroco costuma ser uma espécie de mistura de antropocentrismo e teocentrismo.
trata-se de um soneto: 14 versos e com métrica (dez sílabas poéticas por verso)
ao inciar verso com o final do anterior, temos a figura de linguagem conhecida como anadiplose.
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domingo, 31 de maio de 2020

samaritana - olavo bilac - soneto


soneto decassílabo.
poeta faz paródia de uma passagem bíblica, em que jesus cristo, perto de um poço, pede água para uma moça de samaria, a samaritana. 

aqui, o apelo erótico toma a frente, na mensagem que é lírica.

repare que a mulher é marcada como diferente da original bíblica: ela é um contraste, diz o verso 9
o poeta, depois de beber da "fonte eterna" (eufemismo! metáfora boa!) se diz envenenado... e até arrependido... de tão bom que deve ter sido.
certeza.

                     .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .   .   .   .

SAMARITANA

Numa volta de estrada, em sede insana,
Vi-te. Ao lado, a frescura da cisterna.
E tinhas a expressão piedosa e terna,
Como na Bíblia, da Samaritana.
Deste-me de beber. Mas quanto engana,
Às vezes, a piedade, e a esmola inferna!
Deste-me de beber da fonte eterna,
De onde a torrente dos remorsos mana.
Com a água que me deste (que contraste
De ti para a mulher de Samaria!)
A boca e o coração me envenenaste:
Maior do que o da sede, este tormento,
Esta ânsia singular, esta agonia
Que é de saudade e de arrependimento!

Olavo Bilac

. . . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .   .   .    .

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