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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

a sutil arte de ligar o f * da-se !





mark manson mora em nova york, estados unidos, a meca das ofertas de auto-ajuda, coaching, motivações das mais variadas, sempre sobre a linha singela da alegria e confiança em si.
pois o livro "a sutil arte de ligar o f*oda-se" remete o leitor a uma reflexão direta a respeito do que se entende por normalidade, sucesso, fracasso e busca de felicidade. busca não. alcance.
o livro possui nove capítulos:

1 - nem tente
2 - a felicidade é um problema
3 - você não é especial
4 - o valor do sofrimento
5 - você está sempre fazendo escolhas
6 - você está errado em tudo
7 - fracassar é seguir em frente
8 - a importância de dizer não
9 - e aí você morre

a literatura é o ponto de partida, capítulo 1, daí meu interesse.
charles bukowski (1920-94), abandonado pelo sistema, beberrão, pária social. escolhido por um editor de uma editora pequena, independente, após 50 anos de idade, charles conseguiu publicar seu livro. fez sucesso. segundo manson, porque nunca quis ser o que não era. decidiu ser ele mesmo.
já neste primeiro capítulo, o autor blogueiro dá o tom de toda a mensagem do livro: "o problema é o seguinte: a sociedade atual, através das maravilhas da cultura do consumo e do exibicionismo de vidas incríveis nas redes sociais, produziu uma geração inteira que enxerga esses sentimentos negativos (ansiedade, medo, culpa etc) como problemas"
ligar o foda-se é -- segundo manson -- fundamental para expiar falsas ideias de que o sucesso é a felicidade plena sem conflitos. 
eleger o que é importante na vida se torna o foco das mensagens do livro, quer seja através de exemplos como os de onoda, pete best, bukowski ou william james.
vale a pena ler o livro de manson, juro. 
pra você entender melhor, eu mudaria o título para "ensinando a sofrer da melhor forma" -- uma das frases do início da obra, aliás.
o autor destaca que houve, no estados unidos e -- consequentemente em seu quintal, a américa latina -- o desenvolvimento da cultura da autoestima alta. isso, segundo ele, se deu ali pelos anos 1960. supostos psicólogos, gente da medicina e encantadores de serpentes, em geral, passaram a cultuar a ideia de que com boa autoestima a sociedade melhoraria. passaram a criar prêmios, nas escolas, para qualquer atividade banal, desde chegar no horário até conseguir notas altas em avaliações. criou-se uma geração avessa à derrota. avessa á solidão, á tristeza. como se derrota, culpa, tristeza fossem o resumo do mal a ser evitado. essas circunstâncias, sentimentos, são humanos. não se foge do que é humano, quando se é gente. simples assim. ligar o foda-se significa crer que não seremos bons em tudo. somos medíocres na maioria das ações. não ser consumido pelas milhares de informações consumistas e promessas de que sucesso está ligado a não ter conflitos, isso realmente destrói uma pessoa.