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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

homofobia revela como ser humano é ignorante

 


o caso do jogador de vôlei, afastado do minas tênis por postagem considerada homofóbica, no dia das crianças, em 2021.

milly lacombe foi na ferida e clareou:

"(...) Vejam: se sexualidade fosse absorvida por aprendizado seríamos todos heterossexuais. É isso o que nos ensinam há séculos: a heterossexualidade. Nas TVs, nos livros, nos filmes, nas escolas, nas igrejas. (...) Mas que medo é esse da homossexualidade? Tratam dois homens se beijando como se fosse a coisa mais tentadora do mundo. (...) chamar atenção para o fato de que ao tratarem a homossexualidade como alguma coisa tão suculenta a ponto de não poder ser mostrada a uma criança eles estão elevando a relação amorosa entre pessoas do mesmo sexo a uma categoria maior e melhor do que a heterossexualidade. (...) uma relação homossexual é feita das mesmas dores, dos mesmos prazeres, dos mesmos conflitos, das mesmas fragilidades e belezas de qualquer outra relação. Não somos melhores, parem de nos consagrar."  [ uol ]

nem precisa fazer desenho. HOMOFOBIA É CRIME. está na lei.
escolas em geral deveriam fazer lição de casa e tratar de assuntos como este, assim como de violência doméstica, feminicídio e estupro. é melhor do que postar  sinal de luto ou emoji de lágrima em rede social, quando alguém morre por isso.

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veja texto de milly lacombe - na íntegra clica

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

lourival bezerra e a sexualidade dos brasileiros



muito comum, depois de matérias pela imprensa ouvir ou ler isto: "lourival, 78 anos, casado, filhos, depois que morreu, descobriu-se que era mulher".
como assim? viveu como homem, se comportava assim, queria ser assim, quem é você pra dizer o que ele era? por quê? é a genitália que define gênero sempre? vamos falar de gênero sim!
pior, o laudo, via samu da cidade de campo grande, registra seu nome como "desconhecido". oi ?

a pessoa escolhe o que fazer de seu corpo e, principalmente, sua identidade!


por que a sexualidade de uma pessoa incomoda tanto? principalmente aqueles que se intitulam "pela família"? pior são os que invocam nomes de entidades mitológicas bíblicas. brota o ódio, o desejo de extirpar da existência quem é diferente.
nada contra as religiões, diga-se. nada contra, enquanto ferramenta de auto-estima, bem-comum e civilidade. agora, em nome de algum mito romano, árabe ou grego querer julgar ou banir da existência as opções de identidade de alguém, aí é violência, desrespeito. burrice mesmo.









quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

o rapto - carlos drummond de andrade



"claro enigma" não é livro fácil de se digerir, quando comparado a "rosa do povo" ou "sentimento do mundo". aqui, repleto de referências clássicas, o livro soa como uma espécie de pedido de renovação da poesia que deveria dar uma guinada mais à via acadêmica, como faria mário faustino com raro rigor ou mesmo haroldo de campos.
aqui, nota-se a referência ao rapto de ganimedes por zeus. este, rei do olimpo, transforma-se em águia e captura ganimedes, jovem de extrema beleza. zeus faz de ganimedes seu amante e serviçal.
a homossexualidade, no poema, é exposta mas com ressalva... tratada como típica de boates com porta de pérolas falsas e com beijos estéreis. o último verso cita "acerbo amor", ou seja, azedo.
enfim, leia, reflita e veja se é culpa, medo ou incompreensão o que move o discurso do mineiro a respeito do amor homoafetivo, coisa tão comum, diga-se de passagem.

O RAPTO

Se uma águia fende os ares e arrebata
esse que é forma pura e que é suspiro
de terrenas delícias combinadas;
e se essa forma pura, degradando-se,
mais perfeita se eleva, pois atinge
a tortura do embate, no arremate
de uma exaustão suavíssima, tributo
com que se paga o vôo mais cortante; 
se, por amor de uma ave, ei-la recusa
o pasto natural aberto aos homens,
e pela via hermética e defesa
vai demandando o cândido alimento
que a alma faminta implora até o extremo;
se esses raptos terríveis se repetem
já nos campos e já pelas noturnas
portas de pérola dúbia das boates;
e se há no beijo estéril um soluço
esquivo e refolhado, cinza em núpcias,
e tudo é triste sob o céu flamante
(que o pecado cristão, ora jungido
ao mistério pagão, mais o alanceia),
baixemos nossos olhos ao desígnio
da natureza ambígua e reticente:
ela tece, dobrando-lhe o amargor,
outra forma de amar no acerbo amor.



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clique e leia matéria da "folha de s paulo" sobre o tema