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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

erros e a chance de acertar





terra plana, campanha contra vacinação, feminicídios, homofobia, invasão de terras indígenas, parcela da justiça permissiva diante dos crimes da cia. vale do rio doce, campanhas para armar o cidadão comum, nada de buscar assassinos de marielle franco, nada de buscar quem ameaça deputado humanista... a lista é interminável, desde os começos de 2018...

onde está o erro?
primeiro, a ascensão do fundamentalismo através do rádio, tv e congresso ligados ao que eles mesmos chamam de "bancada evangélica". é estarrecedor como cresceu esse tipo de postura que, no limite, prega o ódio a quem pensa e quer agir como vivente de um país laico. homossexualidade, interrupção de gravidez e senso crítico sobre a história não são temas bem-vindos no universo de quem então se diz religioso, cristão, cidadão de bem. há exceções eu sei, mas são tão poucos religiosos como irmã dorothy (assassinada), pedro casaldáliga, evaristo arns, frei betto ou francisco (argentino papa) que pouca diferença fazem, apesar de seus reconhecidos esforços.

segundo, o desmanche do sistema educativo, desde a ditadura militar. o projeto era justamente este: emburrecer o brasileiro médio e dar ele circo e meio pão. redes de tv aberta, rádios infestadas de evangelismo dinheirista, canais de tv por assinatura com esse conteúdo bíblico anti-democracia, parte da imprensa comprada pelas verbas de publicidade do governo e isso resulta numa alienação sem precedentes, a ponto de existir quem questione a contribuição do professor paulo freire para educação, no planeta, por exemplo. é estarrecedor.

terceiro, as notícias falsas facilmente plantadas nesta era digital em que tudo vale, tudo pode ser verdade, não há menor pudor em compartilhar ameças de morte, repúdio aos diferentes e uso de robôs para curtir mensagens de ódio... etc etc...

o que fazer?
apostar na educação, na leitura de mundo, no compartilhamento de conteúdos básicos de cidadania.
filosofia, matemática, pesquisa científica, lazer, jogos e dinâmicas de grupo, leitura, debate, isso tudo tem sido alvo de figuras como a aberração "escola sem partido" e seus companheiros de coche. valorizar o pensamento crítico, ter argumentos simples, sólidos para o que se quer sustentar. compartilhar conteúdo educativo... precisamos de toda ajuda.

e não soltar a mão de ninguém.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

redação 2017 puc campinas - escola sem partido


                                                                     [ banksy ]

olhem, neste 2017, vestibular de inverno, a equipe da puc-campinas foi na jugular da sociedade civil e cobrou, em sua proposta de redação, o tema "escola sem partido". só de escrever essa expressão sinto muita raiva, desgosto. mas vamos lá. já adianto que está de parabéns a comissão organizadora deste vestibular.
copiei e colei aqui a proposta, na íntegra, incluindo a orientação.

Leia atentamente os textos abaixo.

 Texto I
 Nas escolas, públicas ou particulares, alunos e professores não devem se envolver em questões políticas, para que não confundam o que deve ser uma prática estrita da educação formal com o ativismo social. As ideologias dividem as pessoas, ao passo que os valores da ciência e da cultura são inquestionáveis em si mesmos.

 Texto II 
Nas escolas, públicas ou particulares, alunos e professores podem tomar as ideias e os fatos políticos para uma reflexão conjunta, na qual se preserve o direito à opinião e o hábito da discussão. As diferenças não devem ser silenciadas, mas trazidas a um debate para que ganhem forma e consistência no processo educacional. 


Redija uma DISSERTAÇÃO, na qual você avaliará as diferentes posições expostas nesses dois textos.

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para se fazer um texto argumentativo, basicamente são necessárias três partes:

1. tese (sua ideia a respeito do tema / proposta)
2. argumentos (situações / dados que sustentem sua ideia)
3. conclusão (reforçar a tese)

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obviamente, quem redige o texto 1, nada sabe sobre o termo "política". na medida que vivemos em grupo, fazemos política. criticar cerceamento de liberdade, escravidão, homofobia ou extermínio de judeus, na guerra, certamente irrita parte da sociedade brasileira que crê na subserviência e no silêncio das chamadas minorias, como negros, homossexuais, judeus etc etc.
impossível a qualquer cidadão com cérebro não comentar os desmandos do fascismo, do imperialismo britânico, a violência do colonizador, quando se está em sala de aula. óbvio: a função é justamente trazer à tona uma reflexão que promova uma rejeição à desumanidade.
deveria ser simples.
mesmo que muita gente acredite que por ser católica a universidade teria postura conservadora diante da juventude vestibulanda, a pontifícia universidade católica de campinas saiu na frente ao expôr o tema. e revela -- aproximando um texto de outro, quão abjeta é esta proposta que sai dos porões de um sentimento que ultrapassa a mera rotulação de "direita" ou "extrema direita". é proposta canalha de quem vê numa justiça enfraquecida pela força do dinheiro a chance de vir à tona, em sociedade, e obrar esses princípios que, por si só, se contradizem.



quinta-feira, 21 de julho de 2016

a maldição do preconceito (escola sem partido)






os tais homofóbicos, que cultuam a cultura do estupro, racistas e intolerantes em geral já descobriram que quanto mais se estuda, mais se quer conhecer o movimento da humanidade e, por isso, a tendência é busca de harmonia, de paz, de vida coletiva, conhecido vulgarmente como "bem-comum". 
a direita que sustenta a ideia de que pode haver escola sem ideologia se mostra uma aberração sem tamanho. não existe situação de troca de ideias em que não haja caráter ideológico. e nem digo que o tal caráter deva ser "de esquerda" ou "direita". 
quando se ataca a escola supostamente partidária o alvo é o discernimento. o alvo é poder de argumentar. quem não argumenta, deixa para outros fazerem. quem não lê, precisa acreditar no que outros dizem. é o que ocorre exatamente com o crescimento da bancada evangélica, no congresso, em sua maioria conservadora e nunca apresentaram projetos sociais que defendessem a população brasileira como um todo. ela é manipuladora. usa do nome dos mitos (no caso o deus cristão) para amealhar votos e ludibriar fiéis. além de tudo, são, hoje, golpistas.
não é possível que se esteja discutindo proibição de pensamento, em pleno século 21. a democracia facilita a manifestação de todo mundo, inclusive os de extrema-direita. agora, é de uma burrice tamanha que se queira discutir formalmente a censura, em escolas, quando o que se tem dentro delas é justamente o debate e o pensamento crítico. como dar aula de história sem condenar o nazismo? como ler "navio negreiro" (séc 19) sem falar do racismo de hoje? o que será das aulas de literatura ou história, filosofia, ciência, tudo, com essa merda de projeto?
"o primo basílio"por exemplo, será apenas um romance sobre adultério? -- e por isso vai ser banido das escolas, ahã --, assim como "dom casmurro"? e "hamlet"? e "othelo"? felizmente, mesmo que o projeto passe, duvido que alguém de direita consiga ler literatura sem dormir na segunda página de qualquer livro. apoiar um projeto desses é vergonhoso.