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sexta-feira, 27 de setembro de 2019

educação é antídoto para o medo





uma nova revolução está pelo horizonte. o cinza e o barulho que se formam não permitem distinguir, hoje, se é o começo ou o fim de uma era.

mas a situação é clara: quem possui trânsito junto a livros, laboratório, raciocínio criador e noções de trabalho em grupo devia ficar alerta. 

para vencer essa onda de idiotice, ódio, ignorância e preconceito, existe a educação. 
não falo aula sobre xis assunto. qualquer um faz, nem precisa diploma. 
educar é a questão. muitas escolas -- geralmente as privadas -- se esmeraram no quesito aula, supostamente respaldados pelo tal vestibular. muitos desses alunos que engoliram a fórmula de  bhaskara, as razões para o fim do império romano ou as fases da meiose foram pra avenida paulista, recentemente, aplaudir pato amarelo e eleger jair bolsonaro. 

sim, é preciso ir direto ao ponto. não se trata de criticar quem tenha opinião diferente da minha, não é isso. é condenar o apoio ao fascismo, à violência, à brutalidade como se vem tratando o meio ambiente, a educação, a pesquisa, tudo. é ato humano combater essa plataforma que -- por razões de pura debilidade intelectual -- destrói o ânimo de quem acredita em trabalho, estudo e natureza. 

na escola : promover ações fora da sala de aula, como gincanas culturais, show de talentos, concurso de memes, redação, olimpíadas esportivas, tudo que possa ligar-se a assuntos que envolvam saúde mental, respeito ao outro, respeito às diversidades, inclusão, sonho, democracia...

nas séries finais -- ensino médio -- incentivar a leitura, debater escolha de carreira, tentar tranquilizar estudantes que, muitas das vezes, ficam depressivos diante da necessidade de escolha de carreira e, hoje, diante dessa brutalidade contra o ensino superior público.

não é difícil. basta começar. reuniões, chuva de ideias, pequenas ações iniciais, e até a comunidade (pais e responsáveis) compram a ideia da cidadania antes da informação. civilidade antes da preocupação com vestibulares, simplesmente.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

queixa-se o poeta da plebe ignorante e perseguidora das virtudes - gregório de matos




QUEIXA-SE O POETA DA PLEBE IGNORANTE E PERSEGUIDORA DAS VIRTUDES

Que me quer o Brasil que me persegue?
Que me querem pagastes que me invejam?
Não veem que os entendidos me cortejam,
E que os nobres é gente que me segue?
Com seu ódio a canalha que consegue?
Com sua inveja os néscios que motejam?
Se quando os néscios por meu mal mourejam
Fazem os sábios que a meu mal me entregue.
Isto posto, ignorantes e canalha,
Se ficam por canalha e ignorantes
No sol das bestas a roerem a palha:
E se os Senhores nobres e elegantes
Não querem que o soneto vá de valha,
Não vá, que tem terríveis consoantes.
. . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .  .   .   .    .

- poeta expõe sua indignação com quem lhe censura
- o alvo é a elite (senhores nobre e elegantes)

notas - - - - - - - - - - -  -  -  -  -   -   - 

néscio
ignorante

canalha
patife; miserável; infame

mourejar
trabalhar muito; suar

consoante
harmonioso; afinado; ajustado; rima

motejar
grecejar; escarnecer; sugerir motes
para desenvolver poemas

vá de valha
o soneto vai além do que está registrado

. . . . . . . . . . . . . . . .  .  .  .  .  .  .  .  .   .   .   .   .    .

terça-feira, 20 de março de 2018

matemática e literatura: projeto interdisciplinar



em 2017, junto ao professor ferdinando lobo, de matemática, fizemos um projeto com o livro bem humorado "newton e sua maçã", do poskiit. isaac newton, história, vídeos, ciência e arte. tudo junto e misturado, numa ação simples de fazer.
você, professor, professora, pode realizar.

veja como ficou.



sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

o que é romance






gênero literário dos mais populares, nos últimos duzentos anos, o termo romance também se transformou num símbolo de lirismo, relacionamento amoroso.

descubra o porquê.
assista-me!


terça-feira, 14 de março de 2017

vencido está de amor meu pensamento



mais camões para estudar !


Vencido está de Amor meu pensamento
o mais que pode ser vencida a vida,
sujeita a vos servir instituída,
oferecendo tudo a vosso intento.


Contente deste bem, louva o momento
ou hora em que se viu tão bem perdida;
mil vezes desejando a tal ferida
outra vez renovar seu perdimento.


Com essa pretensão está segura
a causa que me guia nesta empresa,
tão estranha, tão doce, honrosa e alta.


Jurando não seguir outra ventura,
votando só por vós rara firmeza,
ou ser no vosso amor achado em falta.      [ Rimas, 1595 ]



o pensamento do poeta está dominado pelo amor​... por isso, contente; e quando a vida estava perdida de amores isso foi bem interessante (estrofe 2).

poeta está assumindo que oferecerá tudo por isso.
a causa que o guia é renovar esse amor, dentro da vida... repare que se refere ao sentimento como "ferida".

veja que essa ferida é muito desejada (verso 7)... e, de modo bem sutil, afirma querer renovar esse "perdimento", esse amor dolorido (verso 8).
o leitor imagina que se trate, então, de um amor mal resolvido... e mesmo sem tê-lo realizado fisicamente, o poeta jura que não vai se meter noutra história, noutro destino (ventura), a não ser este, já vivido e tão desejado.
o eu lírico quer apenas o amor, mesmo que só em pensamento, como se leu no verso 1.
poeta conversa, nos três últimos versos, com objeto de desejo, fazendo a dita confissão amorosa




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

lugar de aprender





em se tratando de escolas, sabemos que a uniformidade é uma herança secular por aqui. algo entre o militar e o canônico: todo mundo em fila, repetição em coro de alguma palavra qualquer da resposta de um teste, os mesmos gestos, valor ao silêncio etc. para rever esse processo, conselhos de classe e reuniões periódicas entre professores e diretores são fundamentais, daí abre-se o momento do replanejar. nessa linha, percebemos também o modus operandi escolar quando o tema é leitura. sempre, sempre, desde o fim do ensino fundamental até o médio, cabe apenas à área de língua portuguesa o trabalho com leitura. por que não estender essa história a outras áreas?

veja-me e saiba mais!


sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

sermão da quarta-feira de cinzas 1672 - padre vieira




barroco e religioso (quase um pleonasmo, em se tratando de latinos), vieira trata da necessidade de reflexão, por parte de seus fiéis. é um sermão pregado no primeiro dia da quaresma. ano: 1672. onde: roma, na igreja de sto antônio dos portugueses.
segundo o texto, o homem deve ter consciência de que é mortal e não comportar-se como um imortal.

trechos fundamentais :


Duas coisas prega hoje a Igreja a todos os mortais, ambas grandes, ambas tristes, ambas temerosas, ambas certas. Mas uma de tal maneira certa e evidente, que não é necessário entendimento para crer; outra de tal maneira certa e dificultosa, que nenhum entendimento basta para a alcançar. Uma é presente, outra futura, mas a futura veem-na os olhos, o presente não a alcança o entendimento. E que duas coisas enigmáticas são estas? Pulvis es, tu in pulverem reverteris: Sois pó, e em pó vos haveis de converter.
Sois pó, é a presente; em pó vos haveis de converter, é a futura. O pó futuro, o pó em que nos havemos de converter, veem-no os olhos; o pó presente, o pó que somos, nem os olhos o veem, nem o entendimento o alcança. (...) -     [parte I ]

Enfim, senhores, não só havemos de ser pó, mas já somos pó: Pulvis es. Todos os embargos que se podiam pôr contra esta sentença universal são os que ouvistes. Porém como ela foi pronunciada definitiva e declaradamente por Deus ao primeiro homem e a todos seus descendentes, nem admite interpretação, nem pode ter dúvida. Mas como pode ser? (...) A razão é esta. O homem, em qualquer estado que esteja, é certo que foi pó, e há de tornar a ser pó.                                                      [ parte II ]


Esta nossa chamada vida não é mais que um círculo que fazemos de pó a pó: do pó que fomos ao pó que havemos de ser. Uns fazem o círculo maior, outros menor, outros mais pequeno, outros mínimo. Quem vai circularmente de um ponto para o mesmo ponto, quanto mais se aparta dele tanto mais se chega para ele; e quem quanto mais se aparta mais se chega, não se aparta. O pó que foi nosso princípio, esse mesmo, e não outro, é o nosso fim (...)                                                  [ III ]


Acalmou o vento, cai o pó, e onde o vento parou, ali fica, ou dentro de casa, ou na rua, ou em cima de um telhado, ou no mar; ou no rio, ou no monte, (...)
Assim como o vento o levantou, e o sustinha, tanto que o vento parou, caiu. Pó levantado, Adão vivo; pó caído, Adão morto: Et mortus est. Este foi o primeiro pó, e o primeiro vivo, e o primeiro condenado à morte, e esta é a diferença que há de vivos a mortos, e de pó a pó. Por isso na Escritura o morrer se chama cair, e o viver levantar-se.         [ IV ]

Abri aquelas sepulturas e vede qual é ali o senhor e qual o servo; qual é ali o pobre e qual o rico? distingui-me ali, se podeis, o valente do fraco, o formoso do feio, o rei coroado de ouro do escravo (...) carregado de ferros? Distingui-los? (...) Não por certo. O grande e o pequeno, o rico e o pobre, o sábio e o ignorante, o senhor e o escravo, o príncipe e o cavador, o alemão e o etíope, todos ali são da mesma cor.  (...)
Se quereis ver o futuro, lede as histórias e olhai para o passado; se quereis ver o passado, lede as profecias e olhai para o futuro. (...) Olhai para o passado e para o futuro, e vereis o presente.                                 [ V ]  

Ou cremos que somos imortais, ou não. Se o homem acaba com o pó, não tenho que dizer; mas se o pó há de tornar a ser homem, não sei o que vos diga, (...). A mim não me faz medo o pó que hei de ser; faz medo que há de ser o pó. Eu não temo na morte a morte, temo a imortalidade; eu não temo hoje o dia de cinza, temo hoje o dia de Páscoa, porque sei que hei de ressuscitar, porque sei que hei de viver para sempre, porque sei que me espera uma eternidade, ou no céu, ou no inferno.                          [ VI ]

Aristóteles disse que entre todas as coisas terríveis, a mais terrível é a morte. Disse bem mas não entendeu o que disse. Não é terrível a morte pela vida que acaba, senão pela eternidade que começa. Não é terrível a porta por onde se sai; a terrível é a porta por onde se entra.
Se olhais para cima, uma escada que chega até o céu; se olhais para baixo, um precipício que vai parar no inferno, e isto incerto. (...)
Tanto medo, tanto receio da morte temporal, e da eterna nenhum temor? Mortos, mortos, desenganai estes vivos.  (...)
E porque espero da vossa piedade e do vosso juízo que aceitareis este bom conselho, quero acabar deixando-vos quatro pontos de consideração para os quatro quartos desta hora. Primeiro: quanto tenho vivido? Segundo: como vivi? Terceiro: quanto posso viver? Quarto: como é bem que viva? Torno a dizer para que vos fique na memória: Quanto tenho vivido? Como vivi?  Quanto posso viver? Como é bem que viva?                    [ VII ]

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

o rapto - carlos drummond de andrade



"claro enigma" não é livro fácil de se digerir, quando comparado a "rosa do povo" ou "sentimento do mundo". aqui, repleto de referências clássicas, o livro soa como uma espécie de pedido de renovação da poesia que deveria dar uma guinada mais à via acadêmica, como faria mário faustino com raro rigor ou mesmo haroldo de campos.
aqui, nota-se a referência ao rapto de ganimedes por zeus. este, rei do olimpo, transforma-se em águia e captura ganimedes, jovem de extrema beleza. zeus faz de ganimedes seu amante e serviçal.
a homossexualidade, no poema, é exposta mas com ressalva... tratada como típica de boates com porta de pérolas falsas e com beijos estéreis. o último verso cita "acerbo amor", ou seja, azedo.
enfim, leia, reflita e veja se é culpa, medo ou incompreensão o que move o discurso do mineiro a respeito do amor homoafetivo, coisa tão comum, diga-se de passagem.

O RAPTO

Se uma águia fende os ares e arrebata
esse que é forma pura e que é suspiro
de terrenas delícias combinadas;
e se essa forma pura, degradando-se,
mais perfeita se eleva, pois atinge
a tortura do embate, no arremate
de uma exaustão suavíssima, tributo
com que se paga o vôo mais cortante; 
se, por amor de uma ave, ei-la recusa
o pasto natural aberto aos homens,
e pela via hermética e defesa
vai demandando o cândido alimento
que a alma faminta implora até o extremo;
se esses raptos terríveis se repetem
já nos campos e já pelas noturnas
portas de pérola dúbia das boates;
e se há no beijo estéril um soluço
esquivo e refolhado, cinza em núpcias,
e tudo é triste sob o céu flamante
(que o pecado cristão, ora jungido
ao mistério pagão, mais o alanceia),
baixemos nossos olhos ao desígnio
da natureza ambígua e reticente:
ela tece, dobrando-lhe o amargor,
outra forma de amar no acerbo amor.



. . . . . .  .  .  .  .  .   .   .   .   .    .    .     .     .





clique e leia matéria da "folha de s paulo" sobre o tema




quinta-feira, 3 de novembro de 2016

literatura no enem




o exame nacional do ensino médio não anuncia lista obrigatória de leitura e, por isso, prioriza os seguintes itens que vão em sua grade de competências & habilidades em "linguagens".
destacamos a competência 5 :

-- e dentro dela as habilidades "a", "b" e "c" -- 

C5 
Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

a) Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
b) Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário
c) Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.

sendo assim, vale a pena apostar mais na carga de leitura de textos literários do que necessariamente nas conceituações a respeito de "estilo de época" ou "estilo de determinado autor". 
saber ler um texto literário significa reconhecer seus variados sentidos, perceber existência de figuras de linguagem e a função social que o texto levanta.





domingo, 25 de setembro de 2016

til - romance de alencar






quem tem medo de jão fera? e de gonçalo pinta?
quem matou a mãe berta? qual o destino de brás?

romance folhetinesco, à moda romântica, "til" é leitura obrigatória, nos vestibulares e provas aqui pelo sudeste...

veja do que estamos falando!


quarta-feira, 31 de agosto de 2016

dicas literárias





o que pode haver em comum entre "til" (alencar) e "a cidade e as serras" (eça) ? e entre figuras rudes como jão fera (til) e fabiano (v secas) ? quer mais dicas ?
veja-me!
e, se puder, divulgue! os vestibulandos agradecem.


sexta-feira, 29 de julho de 2016

modernismo e fábula





poucos escritores misturaram tão bem a matéria fabulosa com a vida comum, como guimarães rosa.... a sobriedade na construção de personagens e gosto pelo mistério dão tom de "conversa de bois", um dos contos de "sagarana".
para saber mais, assista-me!



domingo, 3 de julho de 2016

o novo filme do carneiro






obra de arte mais esperada que série com tema medieval. 
"o mingau de fabiano" supera qualquer chance de crítica.
obra prima.
cativante, inspirador. mágico.

assista ... antes que te contem o final!



segunda-feira, 27 de junho de 2016

navegar é necessário...




falar do livro "os lusíadas" em quinze minutos é tarefa complicada.
agora, em menos de sete! ah... só eu mesmo!
e ficou bom!

veja-me!


quinta-feira, 23 de junho de 2016

música e literatura





semana passada, falava sobre barroco com meus alunos de ensino médio. convidei então professor rodrigo, de música, da própria escola, e ele veio para falar um pouco do estilo barroco de bach e tocar alguns trechos. foi ótimo!
obrigado, rodrigo, professor mariana (português), alunos super bacanas e à direção da escola!