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sábado, 15 de janeiro de 2022

ensaio da visão: bandeira, magritte e saramago

                            

                                                [ the lovers - magritte ]

falei com meus alunos a respeito de "ensaio sobre a cegueira", saramago. gosto do livro, feito no final do século 20, traz visão sombria do desconhecimento que cada um tem de si mesmo.  lembro duas coisas singelas e pesadas, nessa história de arte e organismos. "the lovers", renne magritte e "a virgem maria", manuel bandeira.

embora magritte tenha falecido em 1967 e bandeira no ano seguinte, são estradas marcantes do olhar preso.
a tela do belga é aparentemente simples, um casal com os rostos cobertos por pano branco. nos versos do pernambucano, a cobertura é outra...

o poema é assim:

A VIRGEM MARIA

O oficial do registro civil, o coletor de impostos o mordomo     
        [da Santa Casa e o administrador do cemitério de S João Batista
Cavaram com enxadas
Com pás
Com as unhas
Com os dentes
Cavaram uma cova mais funda que o meu suspiro de renúncia
Depois me botaram lá dentro
E puseram por cima
As Tábuas da Lei
Mas de lá de dentro do fundo da treva do chão da cova
Eu ouvia a vozinha da Virgem Maria
Dizer que fazia sol lá fora
Dizer insistentemente
Que fazia sol lá fo
ra.

[ M Bandeira ]

segunda-feira, 6 de abril de 2020

novo ensaio sobre a cegueira


                                                    H. Touluse-Lautrec 


não é vida fácil a ninguém essa circunstância de trabalhos a distância, alémdo refletir sobre a política nacional e, acima de tudo, como isso se resolve, no campo da educação e vivências sociais.

fico lembrando episódio recente que é o crescimento da nova religião: o terraplanismo. por que lembro disto? porque parte do mundo acadêmico, científico, pedagógico e afins deu de ombros para o esfarelamento de instituições como universidade, diante do avanço do consumismo puro e simples.

sei que arrisco ficar sem esta ou aquela amizade, eu sei.
mas vou seguir.
hoje, abril de 2020, vejo professores atordoados, abalroados de tarefas a gerenciar, de todo tipo. professores de ensino fundamental, médio e pré-vestibular. aulas pela internet, aulas através de envio de documentos, áudios... e as demandas próprias burocráticas que tudo isso requer.

então, pergunto, novamente: onde estão os acadêmicos?
sei que há abnegados pelo país arrecadando alimento e roupa para assentamento, livros para quem não tem, eu sei. e a maioria? trabalhar mais com a juventude, sim e com os professores e professoras, sim. somar, na linha de frente da educação.
era momento  de reavivar, por exemplo, algo como o telecurso, século 20. usar a televisão para manter algum aprendizado.
neste governo federal, já se sabe: data das provas do enem foram mantidas. quem possui conforto, internet, material didático, está estudando. os mais necessitados, nem de longe. é contra eles que se luta, a gente sabe bem. daí meu apelo.
olhem, a internet requer menos burocracia que uso da televisão. mas a gente sabe, desde a privatização deste setor, nem todo brasileiro tem acesso a internet. logo, a televisão parece ser mais acessível, hoje. por que não usá-la? há redes públicas, pelos estados. rádios ligados à cultura. por que não mobilizar pacotes de ensino?
vejo acadêmicos, pensadores, muitos deles em mesas redondas de debate, via rádio, podcast, lives pelas mídias digitais fazendo análise desta pandemia. ótimo. necessário. jogam luzes racionais no meio do horror que é a perseguição à ciência que este governo federal, hoje, promove. eu sei, eu assisto, vejo, ouço, tento compreender e acompanhar.
contudo, mais precisa ser feito. não só professores e professoras de ensino fundamental e médio deveriam estar nessa batalha. estamos, como quase sempre, sós. o que fazer
?



terça-feira, 25 de outubro de 2016

são marcos - sagarana - resumo




josé é uma figura que, em princípio, destoa do lugar em que se encontra -- o calango-frito --, sertão mineiro, início do século 20. apresenta alguma erudição, consome literatura, escreve e aprecia a contemplação da natureza
contudo, ele desdenha e zomba de joão mangolô por dois motivos: ser negro e feiticeiro.
o que vai acontecer nesta história misteriosa de guimarães rosa?
só me assistindo!