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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

100 anos de anita malfatti e a censura em porto alegre 2017


                                           Queermuseu - Cartograas da diferença na América Latina 2017]

o grupo ultra-conservador "m.b.l." -- ironicamente "brasil livre" -- fez movimentos em porto alegre, neste setembro de 2017 e conseguiu, graças a iguais pensamentos anti-democratas do banco santander, cancelar a exposição de arte l.g.b.t. que lá ocorria, pelo simples fato de que eles não concordam com o teor das obras de arte.
discordar de algo, normal. eu também não concordo com quase tudo o que se diz nas igrejas cristãs, brasil afora, mas nem por isso vou pedir o fechamento desses templos e canais de televisão.

exposição de arte censurada em porto alegre - clica

em 2017 são cem anos da exposição de anita malfatti e é quando se dá a dura crítica que monteiro lobato fez ás suas obras expressionistas, no início de nosso modernismo artístico e cultural.

um movimento parecido ocorreu na bienal, em são paulo, 2014, quando um conjunto de obras que tratava da interrupção da gravidez -- dentre outros temas afins -- sofreu censura. 
o artista plástico gil vicente, e sua série "inimigos", em outra bienal, neste século, sofreu ataques idênticos.

queria mesmo um país que respeitasse diferenças. que não agredisse, que debatesse.
estou bem deprimido com  o silêncio de muita gente supostamente progressista e que se cala diante dessa avalanche criminosa de censura e descaso com a cidadania.






sexta-feira, 3 de março de 2017

anita malfatti e a exposição de 1917




pintora, professora, ilustradora, enfim, uma artista completa, dentro de um cenário genuinamente masculino, acabou produzindo uma tensão que, a mim, também passa pela questão do gênero.
em 1917, malfatti fez uma exposição com 53 obras modernas, na líbero badaró, 111, são paulo. era dezembro. dentre as obras, "o homem amarelo", "mulher de cabelos verdes", "o farol de monhegan" (uma ilha, nos e.u.a.) e "o japonês".

a técnica de influência expressionista, após temporadas entre berlin e estados unidos não combinava com o conservadorismo quatrocentão do paulistano bandeirante pai de família. a famosa "gente de bem", que tanto se conhece por aqui. 
lobato, legítimo representante dessa estirpe, na época, destruiu verbalmente a exposição, num artigo chamado "paranoia ou mistificação". anita ficou um ano sem pintar. modernistas como mário de andrade e oswald saíram em sua defesa. contudo, a vida artística de anita malfatti não seria mais a mesma.

em 2017 completam-se cem anos dessa mostra importantíssima. uma batalha, não necessariamente contra o conservadorismo, mas sim pela liberdade de fazer arte a seu modo. isso, ela conseguiu.

para saber mais, assista-me!