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segunda-feira, 16 de abril de 2018

atualidades - tema para redação - golpe 2016



[cena do golpe 2016]

entre 2017 e 2018, mais de uma dezena de universidades, no brasil, se mobilizaram para oferecer cursos sobre o golpe parlamentar de 2016 que apeou da presidência dilma rousseff.

empresas midiáticas trabalharam intensamente, desde o tal "mensalão", 2005, pra criar ideia de que o p.t. inventou a corrupção. e nada conseguiram levantar contra dilma e lula nos quesitos, malas de dinheiro, helicóptero com cocaína, ameaças de morte, compra de deputaos, nada. contudo, um desses nomes foi deposto, outro preso. 

o que aconteceu, desde 2003, com lula assumindo a presidência -- inflação de 12,5% em 2002 -- foi um controle econômico que permitiu, em menos de dois anos, que a inflação anual nunca passasse de 9%, nem nos governos posteriores, de dilma rousseff.

isso permitiu relativa estabilidade econômica e a consequente ascensão das classes "d" e "e" e, mesmo que o produto interno bruto crescendo pouco, não havia como o país parar de crescer, incluindo aí o fim da dívida externa: quitou-se a conta com o f.m.i.

clique e veja notícia da "folha d s paulo" em 2005
compromissos assumidos com agronegócio e federação das indústrias fizeram derrotados psdb e pmdb declararem o fim do governo dilma. era preciso pagar a conta do que empresários -- incluindo construtoras -- gastaram com essa gente que hoje se diz no poder e salvo de investigações de qualquer ordem.

nossa classe elitista não é instruída, porque desde o império vem herdando terrenos, negócios e, por vezes, cadáveres. não era para ser diferente, neste início de século 21 com a ascensão de uma classe desnutrida que se via podendo comprar fogão e geladeira após decisão do governo petista de reduzir i.p.i. a zero. com absoluta falta de conhecimento histórico e apoiado em um clientelismo centenário, começa-se uma campanha que visa expor que havia crise, no país.

veja a notícia sobre eletrodomésticos - governo lula

no dia-a-dia, o conservadorismo de direita se esquece das pessoas que constroem o país. da gente que vive em periferia, no campo ou mesmo alguns abastados que teimam em usar o cérebro para a democracia e avanço social. a direita quer os benefícios do poder, como se ainda morasse no século 19. e ela transmite isso a seus descendentes, ainda hoje. é comum ouvir de estudantes da rede privada, aqui pelo sudeste, que cotas sociais, na unicamp -- por exemplo -- atrapalham a ida deles (elite) à dita universidade. parece simples. pobre atrapalha. pobre não deveria estudar. o que se esquece -- a direita sem escola -- é que educação é direito e não benefício.

feliz e apropriado o trabalho da escola de samba "paraíso do tuiuti", em 2018, que tematizou os manifestoches, no rio de janeiro. causou desconforto à rede de tv que apoiou o golpe 2016 por ter de descrever o boneco "vampiro neoliberalista" em forma de michel temer, nas alegorias da escola -- ele que é investigado e com processos e que, até agora, não foram levados a cabo.



entre 2015 e 2016, no afã de barrar investigações, na polícia federal, o então deputado eduardo cunha (pmdb) revela que seria importante um aumento salarial ao judiciário...  a presidenta dilma roussef nega, óbvio. foi apeada do poder sob o rótulo de que produziu "pedaladas fiscais". 



em junho de 2016 -- antes da ascensão de temer, mas já com dilma rousseff afastada -- o ministério público não declarava crime as tais pedaladas.  veja: 


é famosa a fala de romero jucá (então ministro de temer) se referindo a sergio moro como uma "torre de londres" (local de tortura e execuções, no passado) e, no mesmo discurso, pedir o grande acordo para estancar a sangria da tal operação lava-jato. todos sabemos, hoje, que ele falava em nome de seu chefe político, ridicularizado no sambódromo, anos depois, em 2018, como já foi dito acima.

jucá querendo acordo "com supremo, com tudo" - clica

romero jucá - breve perfil - clica

o que se viu em seguida ao golpe de agosto 2016 foi estarrecedor. o pré-sal praticamente doado a empresas estrangeiras, direitos trabalhistas -- que custaram sangue e suor por mais de 400 anos para acontecer -- jogados no lixo, blindagem de políticos com processos, principalmente geraldo alckimin, aécio, josé serra ou temer. 


gastos com publicidade praticamente triplicaram para redes como "veja", "band", "globo", "uol" ou "folha" ... as campanhas publicitárias da rede goslpista buscavam legitimar o governo -- devidamente escrachado no carnaval da "tuiuti" 2018 -- e emplacar a reforma trabalhista que aniquilava direitos trabalhistas e ações sindicais.

veja a diferença de gastos com publicidade com dilma (2015) e depois com temer (2016) clica



em março de 2018, presidente em exercício temer vai à casa de carmen lúcia, presidenta do supremo. constrangimento alheio, pois michel temer é investigado. réu se encontra com juíza. dias depois, lula é encarcerado.projeto dos anti-democratas: derrubar do poder a presidenta sem crime; prender ex-presidente, em segunda instância sem prova contundente, além de proteger aliados (golpistas) é a tragédia anunciado naquele agosto 2016.



não é difícil para nossa elite (que insiste em considerar o estudo um bem supérfluo) abraçar a ideia de que lula deve ser preso; que o crime está nas favelas; que gente com  marielle franco "colheu o que plantou" ou mesmo que um golpe militar seria importante. é estarrecedor.
nossa educação, desde o século 16, sempre foi jesuítica e ligada à elite. mesmo que escolas laicas tenham nascido, dezenas e dezenas de anos atrás, o modelo é o jesuítico. assim: um líder, um palco, plateia e discurso que reproduz o status quo da classe alta e professa coisas como "portugal é pátria mãe" (destruiu indígenas e roubou nosso minério); "tiradentes inconfidente ("inconfidente" é quem trai; tiradentes é chamado assim pelo colonizador -- brasileiro não deveria reproduzir tal atrocidade); "expansão do império romano" (invasão militarizada de um sistema violento que impôs idioma e religião aos povos da península ibérica); dentre outras tantas questões ... daí, quase zero de discurso sobre racismo, bullying ou intolerância sexual. perto de zero. até hoje. há exceções. poucas, mas há. quando professores e professoras abnegados tratam desses temas ditos polêmicos vemos surgir o grupelho fascista do "m.b.l." falando em "escola sem partido", censurando museu, sala de aula... um horror. a grande imprensa -- empresa da elite -- compra ideia, acreditando que falar mal do nazismo, denunciar racismo, debater cotas e tratar de reforma agrária é "coisa da esquerda". daí, como lula seria "da esquerda", o melhor era tentar não dar voz à educação promotora de debate cidadão; calar quem denuncia atrocidades por parte do estado; promover a manipulação de notícias (fake news); a prisão de progressistas sem prova etc etc.... daí pra entender assassinato de marielle fica fácil. 

disse lula, em abril, 2018, rio de janeiro:

"Eles não vão prender meus pensamentos, não vão prender meus sonhos. Se não me deixarem andar, vou andar pelas pernas de vocês. Se não me deixarem falar, falarei pela boca de vocês. Se meu coração deixar de bater, ele baterá no coração de vocês"
fonte - - clica

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mais sobe o golpe :

bob fernandes - jornalismo - clica

movimento econômico ineficaz... - economia pós-golpe - clica

procuradoria geral da república arquiva processos contra pmdb e aliados - clica

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veja vídeo sobre o livro de leandro karnal






quinta-feira, 10 de novembro de 2016

redação unesp 2016



                                                                                                                           [ laerte ]

em julho de 2016, a unesp propôs, em seu vestibular, o tema :

O conceito de família proposto pelo Estatuto da Família:
discriminação contra outros arranjos familiares?

um dos textos de apoio era este:

O que é o Estatuto da Família?
É um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados. O texto desse projeto tenta definir o que pode ser considerado uma família no Brasil. Ou seja, o projeto propõe regras jurídicas para definir quais grupos podem ser considerados uma família perante a lei.
(“O que é o Estatuto da Família?”. www.cartacapital.com.br, 25.10.2015. Adaptado.)

outro texto de apoio :

Projeto de Lei no 6583, de 2013 (Estatuto da Família)
Para os fins desta Lei, define-se família como o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

(Anderson Ferreira [dep federal pelo PR]. “Projeto de Lei no 6583/2013”. www.camara.gov.br, 16.10.2015. Adaptado.)

e mais um texto :

A ONU no Brasil disse estar acompanhando “com preocupação” a tramitação, no Congresso Nacional, da Proposição Legislativa que institui o Estatuto da Família, especialmente quanto ao conceito de família e “seus impactos para o exercício dos direitos humanos”.
Citando tratados internacionais, a ONU afirmou ser importante assegurar que outros arranjos familiares, além do formado por casal heteroafetivo, também sejam igualmente protegidos como parte dos esforços para eliminar a discriminação: “Negar a existência destas composições familiares diversas, para além de violar os tratados internacionais, representa uma involução
legislativa”.

(“Brasil: ONU está preocupada com projeto de lei que define conceito de família”. http://nacoesunidas.org, 27.10.2015.)

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o gênero exigido: argumentativo.
excelente a proposta para o debate, claro. não só por conta do exame para universidade, mas para alimentar a discussão sobre respeito. a charge inicial, deste post, da cartunista laerte, também fazia parte dos textos de apoio, diga-se.

o que poderia ser feito.
a estrutura básica de um texto argumentativo é:
introdução (colocar a tese) - - argumentos (defender a tese) - - conclusão (reforçar a tese) 

sugestão :

situar no tempo e no espaço o assunto.
fazer afirmação categórica a respeito da proposta, ou seja, posicionar-se enfaticamente, deixando claro ao corretor a sua mensagem.
exemplo: sua tese poderia conter a defesa de um conceito mais amplo de família

argumentos a favor :  possibilidade de adoção seria mais ampla; respeitar diversidade de gênero; congresso tem obrigação de representar o povo de seu pais que, no limite, não define a família apenas como casal formado por um homem e uma mulher.

conclusão : (evite "concluindo" no início do parágrafo) defender a conceito de família mais amplo do que o estatuto propõe é mais que uma urgência cidadã, é questão de sobrevivência humana.

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veja comentário sobre outro tema do vestibular unesp: