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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

ascensão da intolerância é omissão da educação





não é de hoje que se sabe que o processo educativo vem sendo solapado pelo tecnicismo, pela setorização do conhecimento. e não me venham com história que a rede privada é melhor que a pública porque não cola. a rede particular, na real, é quem perde mais porque menos autônoma que a pública. mal e mal, a pública pode viver de projetos. mas isso é outra conversa.
professores das duas últimas gerações -- anos 1980 e 2000 -- omitiram-se demais na questão social, ética e cidadã. não bastou o exame nacional do ensino médio (enem) ter cobrado, em suas redações, temas humanitários como violência contra mulher, poder da leitura, inclusão ou indivíduo frente a ética ... etc... não bastou porque muitos professores, coordenadores, diretores e afins se recusaram a lidar com trabalhos interdisciplinares, não promoveram café filosófico, não fizeram seminários para tratar do cotidiano da comunidade jovem preferindo insistir na importância do movimento uniformemente variado, as funções da conjunção integrante ou a fórmula de bhaskara. há exceções. mas são quase nada, num país com tantas instituições rarefeitas. insisto: nada contra gramática, fórmulas disso, regra daquilo ou as marcas de estilo do poeta gonçalves de magalhães. seria legal se tudo viesse unido a um modus vivendi que agregasse humanidade, preocupação social, respeito ao outro, preocupação com a coletividade, como melhorar seu bairro, porque mobilidade urbana não melhora, como entender a internet para divertir e aprender,educar pelo esporte, essas coisas.
deveria ser simples. a omissão da classe educativa é proporcional ao crescimento de muitos canais de educação, tv, internet, que se esmeraram em propor modos novos, interessantes, quase lúdicos para se aprender a fórmula do sal, as funções do "que" ou cálculo estequiométrico. mas ainda faltava a cidadania. ainda faltou a humanidade.
é inacreditável que, de 2016 pra cá tenhamos, visto tanta violência contra arte, contra educação e liberdade como agora. o ataque é contra a escola. vide essa incoerente e débil proposta de "escola sem partido", como se falar contra o nazismo, a escravidão ou ditadura fosse ter um "partido". bizarro, absurdo, nojento, odioso, triste.
com a omissão da classe educativa, abriu-se espaço para esse evangelismo doutrinador anti-liberdade, abriu-se espaço para um conservadorismo egoísta e agora essa gente que gosta de pobre morto está nos canais de televisão, no congresso, na imprensa, no supremo e... de repente, até nas escolas.
precisamos sim de ação. precisa ser logo. do contrário, amanhã vamos acordar numa caverna e fugindo dos dinossauros, pedindo socorro ao australopitecus.