quarta-feira, 4 de outubro de 2017

redação 2017 puc campinas - escola sem partido


                                                                     [ banksy ]

olhem, neste 2017, vestibular de inverno, a equipe da puc-campinas foi na jugular da sociedade civil e cobrou, em sua proposta de redação, o tema "escola sem partido". só de escrever essa expressão sinto muita raiva, desgosto. mas vamos lá. já adianto que está de parabéns a comissão organizadora deste vestibular.
copiei e colei aqui a proposta, na íntegra, incluindo a orientação.

Leia atentamente os textos abaixo.

 Texto I
 Nas escolas, públicas ou particulares, alunos e professores não devem se envolver em questões políticas, para que não confundam o que deve ser uma prática estrita da educação formal com o ativismo social. As ideologias dividem as pessoas, ao passo que os valores da ciência e da cultura são inquestionáveis em si mesmos.

 Texto II 
Nas escolas, públicas ou particulares, alunos e professores podem tomar as ideias e os fatos políticos para uma reflexão conjunta, na qual se preserve o direito à opinião e o hábito da discussão. As diferenças não devem ser silenciadas, mas trazidas a um debate para que ganhem forma e consistência no processo educacional. 


Redija uma DISSERTAÇÃO, na qual você avaliará as diferentes posições expostas nesses dois textos.

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para se fazer um texto argumentativo, basicamente são necessárias três partes:

1. tese (sua ideia a respeito do tema / proposta)
2. argumentos (situações / dados que sustentem sua ideia)
3. conclusão (reforçar a tese)

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obviamente, quem redige o texto 1, nada sabe sobre o termo "política". na medida que vivemos em grupo, fazemos política. criticar cerceamento de liberdade, escravidão, homofobia ou extermínio de judeus, na guerra, certamente irrita parte da sociedade brasileira que crê na subserviência e no silêncio das chamadas minorias, como negros, homossexuais, judeus etc etc.
impossível a qualquer cidadão com cérebro não comentar os desmandos do fascismo, do imperialismo britânico, a violência do colonizador, quando se está em sala de aula. óbvio: a função é justamente trazer à tona uma reflexão que promova uma rejeição à desumanidade.
deveria ser simples.
mesmo que muita gente acredite que por ser católica a universidade teria postura conservadora diante da juventude vestibulanda, a pontifícia universidade católica de campinas saiu na frente ao expôr o tema. e revela -- aproximando um texto de outro, quão abjeta é esta proposta que sai dos porões de um sentimento que ultrapassa a mera rotulação de "direita" ou "extrema direita". é proposta canalha de quem vê numa justiça enfraquecida pela força do dinheiro a chance de vir à tona, em sociedade, e obrar esses princípios que, por si só, se contradizem.



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